Um desafio a Eduardo Leite: cortar isenções e a cobrar sonegadores

O deputado Valdeci Oliveira utilizou um tempo de liderança da bancada do PT para se pronunciar, na tribuna da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (19), sobre o pacote de medidas apresentado, na semana passada, pelo governador Eduardo Leite. Durante o tempo regimental, o parlamentar argumentou que “o governo, que em 11 meses não apresentou nenhuma proposta para o desenvolvimento do estado, agora quer retirar os direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo de anos”.

Valdeci disse também que é inaceitável que o Estado ataque os professores e servidores e poupe os sonegadores e os beneficiários das isenções fiscais concedidas pelo Executivo. “Isso não é coragem, é covardia. Coragem seria se tivesse apresentado propostas que combatessem a sonegação fiscal, diminuísse as isenções fiscais e reconhecesse a importância do serviço e do servidor público para a sociedade. Já vivemos uma situação dramática nas escolas, e agora o governador ataca o servidor como se fossem os culpados por uma situação que o governo não tem competência e criatividade para resolver”, sustentou.

O deputado apresentou uma sugestão ao Palácio Piratini para chegar aos mesmos R$ 25 bilhões de economia em 10 anos, que é o objetivo do pacote.  “Desafio o governador a, gradualmente, reduzir a concessão de isenções fiscais. Se forem reduzidos R$ 2,5 bilhões em renúncias fiscais por ano, também teremos R$ 25 bilhões de economia em uma década sem precarizar a saúde, a educação e a segurança dos gaúchos. O prazo é o mesmo, mas com muito menos efeitos colaterais para a sociedade”, salientou.

No final de seu pronunciamento, Valdeci leu um texto de uma professora que, há 23 anos, em Pelotas, deu aulas de artes e teatro para o hoje governador. No seu perfil no Facebook, Clarissa Meroni de Souza afirmou que “está paralisada por tamanha crueldade que este senhor (o governador) está fazendo contra a minha profissão, a minha dignidade e a minha vida. Não existem palavras para expressar a dor que eu sinto”. Ela também disse que “além de continuar parcelando meu salário, comprometendo diretamente o meu dia a dia, (Eduardo Leite) liquida de vez com o meu futuro, enviando essa proposta de reforma que afeta sem dó nem piedade a vida dos professores.”