A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa aprovou, nesta quarta-feira (13), o encaminhamento de um convite à secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann. O objetivo é que ela compareça à comissão, no começo de abril, para expor as metas e as ações previstas para a saúde pública. Os parlamentares também querem explicações sobre os planos do novo governo para enfrentar o agravamento dos problemas no setor.
Presente na reunião, o presidente da Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (FEESSERS), Milton Kempfer, fez uma forte manifestação sobre a situação dramática enfrentada pelos hospitais filantrópicas e santas casas, que convivem com um grande atraso nos pagamentos de serviços contratados pelo governo do Estado, e pelos funcionários dessas instituições. Conforme Kempfer, que representa uma categoria de mais de 100 mil profissionais, duas trabalhadoras, com idade inferior a 30 anos morreram de enfarte recentemente. “Essas mortes certamente estão relacionadas ao estresse e drama que os trabalhadores de hospitais e unidades de saúde estão vivendo. Muitos deles estão com os salários atrasados há dois, três e até cinco meses. Elas não aguentaram a pressão. Quem aguenta trabalhar e não conseguir sustentar a família?”, disse ele.
Conforme Kempfer, há trabalhadores com dificuldades até para garantir a alimentação básica da família. “Há casos de funcionários que estão implorando para poder levar um litro de leite da cozinha do hospital para poder alimentar seus familiares”, afirmou.
O deputado Valdeci concordou sobre a gravidade da crise na saúde do Estado e descreveu a situação do setor em Santa Maria, cidade que registra superlotações frequentes no Hospital Universitário (HUSM) e que não dispõe de nenhum leito aberto no Hospital Regional. Valdeci defendeu abertamente a revogação da Emenda Constitucional 95, aprovada no governo Michel Temer, que congela os recursos federais para a saúde, educação e assistência social por 20 anos. “A precariedade e o sucateamento dos atendimentos de saúde prestados à população são muito graves. Tem muita gente morrendo por falta de serviços. Nós temos que lutar e muito para revogar a Emenda Constitucional 95, que congelou os recursos da saúde por 20 anos. Sem isso, a saúde vai continuar na UTI não sei por quanto tempo. Não há, nesse momento, nenhuma outra situação tão ou mais grave do que a saúde”, afirmou. (texto e fotos: Tiago Machado)