A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa acolheu, nesta quarta-feira (19), uma solicitação feita pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) a respeito do incêndio da Boate Kiss. O episódio, que ocorrem no dia 27 de janeiro de 2013, provocou 242 mortes e deixou mais de 600 feridos. Os deputados e deputadas da CCDH confirmaram que o órgão vai reforçar o pedido para que a denúncia encaminhada pela AVTSM a respeito da tragédia seja analisada o mais rápido possível. Na petição internacional encaminhada em 2017 para a CIDH, que é vinculada a Organização dos Estados Americanos (OEA), a entidade santa-mariense cobra a responsabilização do Brasil pela violação dos direitos das famílias das vítimas do incêndio da boate Kiss.
“Recorremos à Corte Interamericana porque tivemos nossos direitos barrados dentro do nosso país, o que é inadmissível. As consequências da tragédia continuam acontecendo. Perdemos quase 15 pais (de vítimas da tragédia) nesses últimos 8 anos. Os pais vêm morrendo aos poucos ao longo dessa luta. Essa tragédia continua matando”, afirmou o presidente da AVTSM, Flávio Silva, em manifestação na reunião da CCDH nesta quarta-feira.
O deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), que formalmente, junto com o deputado Jeferson Fernandes, reivindicou o endosso da CCDH ao pedido da AVTSM, reafirmou a necessidade da reparação de direitos na tragédia da Kiss. “É uma tragédia que a gente nunca pode esquecer, porque ela demonstrou que o poder econômico era muito mais importante do que a vida das pessoas. Precisamos de ações concretas para que a justiça aconteça. Ninguém quer vingança, mas sim justiça. A Assembleia está contribuindo para que isso não fique parado”, assinalou.
Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil