Em um momento político tão conflagrado como o que vivemos hoje, são poucos os temas com capacidade de aglutinar, organizar e unir a sociedade em torno de uma proposta. A luta pela duplicação da RCS-287, uma das principais rodovias do interior do Rio Grande do Sul, mostrou – e tem demonstrado – ser uma dessas exceções que precisam ser aproveitadas em todos os seus detalhes. Na última terça-feira (29 de abril), realizamos, em Santa Maria, a partir de uma proposição nossa que foi aprovada oficialmente pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa, a primeira de uma série de audiências públicas cujo objetivo principal é ouvir a sociedade gaúcha.
No encontro (foto acima), debatemos com várias lideranças empresariais, da sociedade civil organizada e gestores públicos os diversos pontos envolvidos na obra, desde a urgente necessidade de duplicação da pista, por conta do estrangulamento viário – a capacidade de fluxo da rodovia está há muito tempo esgotada – como também a modelagem necessária para que não se penalize os usuários por meio das diversas praças de pedágio que constam no projeto original.
Entre as diversas reivindicações colhidas lá, quatro são centrais: a defesa da inclusão da Faixa Nova de Camobi no projeto de duplicação; a ampliação das audiências sobre o tema; a definição de uma política de isenção de cobrança para comunidades que sediarem praças de pedágio; e a ampliação da discussão sobre a quantidade de praças de praças de pedágios que serão instaladas no trecho concedido. Também se defendeu lá que a concessão e a duplicação contemplem a destinação de recursos para a manutenção das ERS 348 e 149, estradas fundamentais para a Região da Quarta Colônia.
Todas as reivindicações e contribuições colhidas durante o debate, cujo objetivo principal é o de aprimorar a proposta, serão entregues, já na próxima segunda-feira (6 de maio), aos técnicos e representantes do governo do Estado, que vêm a Santa Maria para uma nova audiência pública sobre o assunto, que acontecerá no auditório do Park Hotel Morotin, a partir das 14h30min. Depois dessa data, também ocorrerão – com promoção da Assembleia Legislativa – audiências públicas em Santa Cruz do Sul (dia 13 de maio, às 13h45min, na Câmara Municipal de Vereadores) e Venâncio Aires (em data a ser definida).
A duplicação da RSC-287, no trecho Santa Maria – Tabaí, é uma luta justa e urgente. E não somente por seus aspectos vinculados à mobilidade viária e ao escoamento da produção, que irão refletir direta e positivamente na economia de diversas regiões gaúchas ao longo dos seus 204 quilômetros. Mas também – e eu diria principalmente – por causa do quesito segurança. Na própria manhã da última terça-feira (29 de abril), horas antes de nos reunirmos para discutir e colher sugestões para o projeto, um grave acidente na RSC-287, em Restinga Seca, tirou a vida de um jovem de 28 anos, deixando ainda outros cinco pessoas feridas. No sábado anterior (27 de abril), outra colisão entre dois veículos produziu mais feridos, felizmente sem vítimas fatais. No ano passado, foram 20 as vidas ceifadas na 287 por conta do dualismo imprudência e carência estrutural. Mas o que nos entristece e nos revolta é que a grande maioria desses acidentes poderia ter sido evitada.
A nossa região, com argumentos sólidos e concretos, está unida em torno da defesa da duplicação e da transparência do debate. Defendemos radicalmente, como coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Duplicação da RSC-287 na Assembleia Legislativa, que a modelagem a ser implementada não seja definida sem a opinião dos usuários da rodovia e também que não represente um abuso econômico. São muitas as vozes que convergem nessa direção. Elas vêm de entidades representativas de empresários, de trabalhadores do transporte rodoviário, de usuários e de gestores dos municípios que formam a Região Central, mas também tem eco muito forte entre os representantes e as comunidades do Vale do Rio Pardo, do Jacuí-Centro e do Centro Serra.
Não deixemos que os constantes e sérios acidentes acabem por banalizar e transformar a dor de várias famílias em meros números estatísticos. Duplicação Já! Com a opinião e a participação de toda a sociedade e com respeito ao usuário!