O deputado Valdeci Oliveira (PT) esteve na manhã desta terça-feira (3) na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre, em apoio à luta do Cpers e de centenas de educadores e educadoras contratados, além de servidores de escolas, que lotaram o espaço em frente ao Palácio Piratini para protestar e exigir do governo gaúcho a retomada das negociações com a categoria.
“Como não fazer nada? Trabalhar como se nada estivesse acontecendo? Precisamos falar na comunidade, na padaria, na vizinhança. Precisamos falar que estamos aqui hoje pois as nossas condições de trabalho só pioram”, disseram os funcionários de escola Jucelene Pacheco e Alex Sandro Rodrigues Monteiro, de Rio Grande. “O que estamos vivenciando hoje no estado é a total falta de respeito com uma das principais categorias do serviço público e também uma das mais penalizadas pelo arrocho imposto pelo governo. Não vamos medir esforços para buscar alterar, pela via legislativa, essa realidade que traz prejuízos não somente a professores e funcionários de escolas, mas a toda sociedade rio-grandense”, declarou Valdeci.
A presidenta do CPERS, Helenir Schürer, chamou a categoria para manter a pressão para cobrar o compromisso assumido hoje pelo secretário da Educação, Faisal Karam, de não demitir educadores contratados no final do ano passado. O Cpers defende o fim do regime de trabalho por tempo fechado (de março a dezembro), realização de concurso público imediato, salário em dia e reposição salarial de 28,78%. Para isso, uma comitiva visitou os gabinetes dos 55 deputados no parlamento estadual para pedir apoio à aprovação da emenda parlamentar ao PL 392, encaminhado pelo executivo estadual e que busca a autorização para contratar professores em caráter emergencial e temporário. O objetivo é pressionar por concurso público ainda em 2019 e que as pessoas contratadas não sejam simplesmente dispensadas, mas substituídas somente por aprovados em concurso.
Recebida no final da manhã no Palácio Piratini pelo secretário-adjunto da Casa Civil, a direção da entidade reivindicou ainda a retomada da mesa de negociação sobre a pauta salarial, interrompida pelo governo. “Quem prega o diálogo tem que fazer acontecer esse diálogo. E isso não aconteceu na questão salarial, que é a maior necessidade que temos hoje em dia. Não precisamos dizer novamente as dificuldades financeiras que todos estamos vivenciando”, disse Helenir, lembrando que há dois meses os salários estão sendo pagos com atraso de mais de 30 dias, situação que está insustentável. “Continuamos a cumprir com as nossas obrigações, estamos dando aula, atendendo os nossos alunos. Precisamos que o governo atenda minimamente a nossa pauta”, frisou a dirigente.