O deputado Valdeci Oliveira cobrou explicações e posicionamento do governo do estado e da Secretaria estadual da Saúde quanto à suspensão das cirurgias eletivas pelo IPE anunciadas pelo Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, de Santa Maria. O pedido foi feito nesta quarta-feira, 24, durante reunião ordinária da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (CSMA) da Assembleia Legislativa. “Trata-se de uma situação que irá agravar a conjuntura da saúde não somente de Santa Maria, mas das regiões Centro e Fronteira Oeste do estado. A decisão do Hospital, o maior da cidade e o único que atua no segmento de alta complexidade aos segurados do IPE, é extremamente preocupante, pois irá gerar o caos ao atendimento a quem mais precisa. E isso nos angustia muito”, afirmou o parlamentar. Membro efetivo da CSMA, Valdeci lembrou que o município já convive com duas realidades graves: o fato do Hospital Universitário (HUSM), vinculado à UFSM, estar sempre superlotado, com pacientes em macas espalhados pelos corredores, principalmente por conta de que outra importante unidade, o Hospital Regional, segue não funcionando em sua plena capacidade. “Some-se a isso a postura irresponsável do governo estadual em relação ao Regional, uma vez que ele deveria disponibilizar à população 250 leitos, conforme o projeto original, mas hoje oferta menos de 100”, afirmou Valdeci.
Na avaliação do parlamentar, dentro da decisão do Astrogildo de Azevedo de suspender as cirurgias, cujo pano de fundo é a nova tabela do Instituto para pagamentos pelos serviços (que geraria prejuízos conforme a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul – Fehosul), a crise atual terá dimensão regional. “Teremos um grave problema, pois Santa Maria tem uma receptividade cujo caráter é regional. Estou falando de mais de 1 milhão de pessoas que acorrem ao município em busca de atendimento. E isso é gravíssimo, não podemos fechar os olhos, cruzar os braços e fazer de conta de que nada está acontecendo”, criticou. “Por isso, quero reforçar aqui um pedido para que a secretária estadual de Saúde venha pessoalmente a esta Comissão, colegiado que tem uma grande responsabilidade no Parlamento gaúcho e tem atuado cotidianamente tanto na retaguarda quanto à frente dos debates sobre saúde pública, para discutir, de forma ampla, franca e transparente, esses problemas”, pontuou Valdeci.
De acordo com a Fehosul, caso seja mantida a tabela de pagamentos atual, outras 12 entidades, além do Caridade, amargarão um prejuízo de R$ 150 milhões por ano.