Vacinação: Valdeci protocola requerimento para discutir baixa vacinal no estado

O deputado Valdeci Oliveira protocolou, nesta quarta-feira (16/7), na Comissão de Saúde e de Meio Ambiente (CSMA) da Assembleia Legislativa, na qual é membro titular, requerimento para a realização de audiência pública para buscar encaminhamentos e discutir os baixos índices de vacinação da população no RS. “A situação, que não é apenas no estado, tem tido repercussão extremamente preocupante e negativa. O número de óbitos no último período, por conta de infecções respiratórias, é proporcionalmente maior do que os registrados na mesma época na epidemia de H1N1, em 2009. E isso é alarmante, pois perto de 80% das vítimas não haviam se vacinado”, avaliou Valdeci, lembrando que as maiores vítimas são as crianças e os idosos. Ainda segundo o parlamentar, o quadro seria fruto da irresponsabilidade de setores da sociedade que se utilizam do discurso do negacionismo contra a ciência para ganhos políticos. “Temos que fazer o debate, disputar as narrativas e esclarecer e conscientizar sempre que necessário a população”, sustentou, defendendo que, no segundo semestre, o colegiado aprofunde a discussão do tema. “Uma pai e uma mãe, que de forma deliberada não imunizam seus filhos por não acreditarem nas vacinas, deveriam ser punidos, pois as crianças não têm culpa pela irresponsabilidade dos adultos”, analisou, acrescentando ser inadmissível que, em pleno século XXI, pessoas cheguem a óbito por não buscarem, por conta de uma falsa crença, a proteção dos imunizantes, distribuídos gratuitamente na rede pública de saúde.

Entre as possibilidades avaliadas por Valdeci para barrar a queda dos índices vacinais, além da realização de campanhas públicas e massivas, está a responsabilização daqueles que têm a obrigação legal de garantir a segurança dos filhos. Segundo ele, é preciso discutir alternativas, ações mais duras a quem nega o direito das crianças à vacinação. “É inadmissível que crianças sejam hospitalizadas com síndrome respiratória e cheguem a óbito por não receberem a devida atenção de quem deveria fazê-lo, por não estarem vacinadas. A União, os estados, os municípios e todos nós, enquanto sociedade civil, precisamos urgentemente mudar essa realidade para que os números daqui para frente não sejam ainda mais catastróficos. Negar as vacinas é uma compreensão que mata ao invés de salvar vidas”, pontuou.

De acordo com boletim produzido pela Fiocruz, o Rio Grande do Sul está entre as 12 unidades da Federação em situação de alerta máximo por conta do acometimento de síndromes respiratórias agudas graves, responsável pelo maior número de hospitalizações e mortes por gripe dos últimos 16 anos no estado. Outro problema apontado por especialistas diz que a letalidade da Influenza (gripe) mais que dobrou em relação ao ano passado, quando foi de pouco mais de 10% e agora está acima dos 23%. Os dados levantados na Capital também são preocupantes, pois, segundo a Diretoria de Vigilância em Saúde de Porto Alegre, todas as mortes por gripe e Covid no município neste ano aconteceram entre pessoas que não se vacinaram. Já os números apresentados pela Secretaria Estadual de Saúde mostram que, até o momento, o RS contabilizou mais de 2,6 mil hospitalizações causadas pelo vírus da gripe, com 423 mortes registradas.

Foto: Fabio Rodrigues/Agência Brasil