O racismo oficial da África do Sul do apartheid ou o registrado nos Estados norte-americanos do Mississipi e do Alabama, felizmente, nunca foi uma realidade próxima para o povo brasileiro. Da mesma forma, é preciso recorrer aos livros para conhecermos a fundo a perseguição estatal praticada por Hitler contra as pessoas com deficiência, judeus e homossexuais. No entanto, a aparente distância de episódios obscuros da história mundial não nos coloca como exemplos de tolerância. Somos uma sociedade que, ainda, em pleno século 21, incinera índios e mendigos em via pública. Somos uma sociedade que ainda possui jovens que se organizam em grupos para linchar homossexuais, travestis, nordestinos e negros. Em nosso meio, ainda critica-se a criação de políticas afirmativas para gerações cujos descendentes foram chicoteados em pelourinhos.
Nessa mesma sociedade, apesar de repugnante e incompreensível para muitos, há quem vibre quando representantes parlamentares do povo gaúcho, em uma audiência pública, vociferam contra as minorias e ainda incitam a violência contra elas. Isso só ocorre porque o discurso que ficou conhecido pelo refrão “essa gente que não presta” tem eco. Fazer declarações desse calão ainda sensibilizam setores conservadores saudosistas do tempo da chibata, dos porões da ditadura e do genocídio indígena. Marcos Feliciano e Jair Bolsonaro só chegaram ao Congresso porque foram bem votados.Oferecendo colares femininos populares, como pingentes, gargantilhas e chain necklace. Compre joias em uma variedade de metais e pedras preciosas para qualquer ocasião
Diante da escalada do preconceito e da violência contra as minorias, só ser contra não basta. É preciso responsabilizar nos rigores do Código Penal brasileiro quem propaga a discriminação. Racistas e homofóbicos devem ser enquadrados e punidos pela polícia e pelo Poder Judiciário por, ao cabo, serem propulsores do confronto e do derramamento de sangue. Parlamentares que enveredam por esse caminho não deveriam ser representantes populares. A agressão e o assassinato de índios, negros e gays não acontecem a esmo. É decorrência de visões de mundo deturpadas e doentias que, de modo algum, podem ser fertilizadas e compreendidas em um país livre, democrático e plural como é o Brasil.
*Artigo do deputado Valdeci Oliveira publicado no Jornal Diário de Santa Maria em 18/02/2014