Por Valdeci Oliveira –
Sem ter como realizar uma crítica fundamentada e minimamente próxima da realidade, opositores ao governo do presidente Lula, além da disseminação de fake News, têm distorcido, inclusive, meias verdades. Depois do escândalo das notícias falsas quanto ao não recebimento de doações por parte dos atingidos pelas chuvas no RS ou do inexistente financiamento aos produtores de leite argentinos, para ficar nos casos mais recentes, agora é a vez das missões realizadas ao exterior pelo presidente Lula.
Na prática, o que o metalúrgico vem fazendo com maestria – e, diga-se, esta tem sido uma política desde seu primeiro mandato, em 2003, junto a nações das Américas do Sul e do Norte, da Europa, da Ásia e da África – já rendeu ao Brasil algo em torno de R$ 111,5 bilhões de reais em novos investimentos externos. E considerando que o hoje principal herdeiro político da oposição é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, seria importante que esses mesmos críticos prestassem atenção nas palavras do chefe do executivo paulista, que se diz “impressionado” com a volta do interesse de investidores internacionais no mercado nacional.
E isso leva em conta as perspectivas e cenários futuros, controle da inflação, ambiente favorável e, por óbvio, as viagens realizadas por Lula, que não se cansa de dizer que se considera um verdadeiro “mascate” ao defender as empresas, negócios e interesses brasileiros mundo afora.
Na viagem mais recente, Lula foi recebido como uma liderança inconteste na 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU, onde proferiu um discurso que correu o planeta em defesa da democracia, do meio ambiente, do desenvolvimento sustentável e da necessidade de se combater a precarização sofrida pelo mundo do trabalho em escala global nos últimos anos.
Neste último ponto, Lula e seu consorte estadunidense, Joe Biden, assinaram um termo de cooperação que prevê a promoção de ações que garantam direitos e dignidades aos trabalhadores, em especial os profissionais de aplicativos.
Antes, porém, esteve reunido em Cuba com chefes de estado e representantes de 134 países em desenvolvimento na Cúpula do G77, grupo criado há quase 60 anos pela própria ONU com o objetivo de estabelecer um trabalho conjunto que ofereça meios para que seus membros estabeleçam uma espécie de articulação conjunta com vistas à promoção dos seus legítimos interesses econômicos, além de dar mais musculatura à sua capacidade de negociação e voz em relação aos temas que desfilam pelos corredores e plenário das Nações Unidas.
Nos dias anteriores à sua ida ao país caribenho, o líder brasileiro esteve na Índia para assumir a presidência do G20, que é integrado pelas 19 maiores economias do planeta mais a União Europeia. Estamos falando em nada menos que 85% do PIB mundial, mais de 75% do comércio global e aproximadamente dois terços da população no nosso planeta.
De forma concreta, o que vemos hoje é um contraste com o apagão na política externa brasileira vivenciado entre 2019 e 2022, quando o prato principal era formado por ataques ao principal parceiro comercial brasileiro, a China, a submissão ao governo estadunidense de Donald Trump e o enfraquecimento unilateral da relação com os países da África e até mesmo com os vizinhos sul-americanos.
O tempo de um Brasil tido como pária internacional ficou no passado. Se antes o esporte predileto praticado internamente eram motociatas e passeios de jet-ski enquanto a população padecia com tragédias de toda ordem, e nas relações internacionais brasileiras o exercido era a “política do
Tacape” contra quem pensava diferente de nós, agora a prática é o diálogo, a negociação, a presença e o respeito.
E os mais de R$ 100 bi atraídos para o Brasil demonstram ser este o caminho a ser trilhado. E como ressalta o presidente Lula, com independência e soberania. Em suma, a política do isolacionismo acabou e isso é muito positivo para o país como um todo.
Foto: Ricardo Stuckert/PR