Ano perfeito não existe. Ao longo de 12 meses, por mais que tenhamos sorte ou azar, vamos ter bons e maus momentos. Mas se não é possível um ano com 100% de situações e fatos positivos, podemos buscar e tentar, ao menos, construir um 2014 acima da média. Isso é viável. Podemos batalhar por um ano com mais de 70% de aproveitamento. Ou, quem sabe, com até 80%. No campo pessoal, é fácil apontar o que seria um ano de conquistas. Em primeiro lugar, ter saúde. Tendo isso, boas opções seguintes talvez fossem sucesso financeiro e ascensão profissional.
Mas e enquanto sociedade? O que marcaria 2014 como um ano especial? Cada pessoa teria seu modo de enxergar a questão. Arriscarei fazer um esboço do meu 2014 ideal, lembrando que buscamos questões coletivas. Para não me alongar, vou projetar apenas três fatos que procurarei ajudar para que aconteçam nos próximos meses. Gostaria muito, por exemplo, que 2014 venha a se tornar o ano da responsabilidade no trânsito. Inimaginável pensar 12 meses sem acidentes fatais. No entanto, como seria positivo reduzir, de forma drástica, os acidentes e as mortes nas estradas. Quando digo drástica, considero uma redução acima de 30% nesses índices tão negativos.
Seguindo em frente, também gostaria que o ano novo fosse lembrado como um tempo de respeito a nós mesmos, seres humanos. Isso embute uma série de coisas: respeito às mulheres, às pessoas que tem uma cor diferente da nossa, a quem tem uma preferência sexual diferente da nossa, a quem tem alguma deficiência, a quem é velho ou novo, a quem é gordo ou magro, a quem é rico ou pobre. Ter respeito ao próximo é não agredir, é não matar, é não violentar. É não furar uma fila. Ter respeito ao ser humano é cuidar da segurança coletiva das pessoas. É ser previdente em vez de relapso.
Como último desejo, pediria um 2014 de mais zelo ao que é público. O que é público é de todos nós e não de ninguém. Por vezes, esquecemos isso. Como quando atiramos, pela janela do carro, um toco de cigarro no chão ou como quando marcamos um exame de saúde na rede pública e não comparecemos no horário e dia agendados. As paradas de ônibus, as calçadas, a conservação das praças, a limpeza das ruas, a situação dos esgotos dizem respeito a todos nós. Ou seja, dizem respeito aos governos de plantão e dizem respeito aos cidadãos, que têm de denunciar aos órgãos competentes quando observam que o que é público está sendo corrompido. Ter zelo ao que é público é não vandalizar, não depredar, não desviar ou fraudar recursos que são destinados ao bem de todos por quem quer que seja.
Exagerei nos pedidos para 2014? Talvez. E olha que ainda desejo muito mais. Espero e antevejo um ano de muitas realizações públicas na esfera estadual e federal. O importante é começar o ano com otimismo e contribuir para um salto na forma como convivemos. A capacidade de evoluir é a marca do ser humano. Se evoluímos tanto em tecnologia e em conhecimento e se o nosso país consegue hoje distribuir oportunidades de forma maciça – em vez de apenas concentrar renda como no passado -, nós podemos concretamente evoluir enquanto sociedade. Podemos evoluir de mãos dadas, respeitando as diferenças, protegendo o que é de todos e valorizando a vida.
*Artigo do deputado Valdeci Oliveira publicado no Jornal A Razão em 09/01/2014