Na condição de militante social veterano, já participei de diversos “abraços coletivos” nos últimos 30 anos. Estive no “abraço” ao Banrisul, quando o banco dos gaúchos corria risco de ser privatizado. Também “abracei” a Casa de Saúde, quando o hospital dos santa-marienses esteve ameaçado de fechar as portas por problemas financeiros no início dos anos 2000. E, me lembro bem, reforcei ainda o “abraço” em defesa da Gare da Viação Férrea e das universidades federais públicas, realizado simbolicamente em Porto Alegre, na frente do campus da UFRGS. A tática dos “abraços” é, sem dúvida, uma maneira pacífica e criativa de dar um recado importante para a sociedade. Aliás, bem mais eficiente que a tática lamentável do vandalismo e da depredação empregada por alguns grupos minoritários.
É rememorando a participação nestas lutas que ouso propor hoje, em nome da cidade, um novo e coletivo abraço. Estou convicto que só um abraço bem apertado dos santa-marienses que torcem para o coloradinho junto com os que torcem para o Riograndense e reforçado ainda pelos que não gostam de futebol pode tornar permanente o serviço aéreo em nossa cidade. É vital, é estratégico, é fundamental que Santa Maria disponha de uma ligação extremamente veloz com a capital e com os grandes centros do país. Nessa semana, renovei esta opinião ao embarcar no voo da Azul Linhas Aéreas. Em meros 35 minutos, finalizei o trajeto Santa Maria-Porto Alegre com segurança e qualidade. Graças a essa agilidade, pude comparecer a um conjunto de compromissos importantes tanto em Santa Maria, quanto na capital. E o mesmo se deu com as demais pessoas que viajaram na mesma aeronave. Por isso, saúdo com vigor a retomada dos voos em Santa Maria e todo o trabalho desempenhado para garantir este avanço a partir de uma parceria entre as lideranças empresarias, a empresa Azul, a Prefeitura e a Base Aérea.
No entanto, não é justo que esta construção e este esforço sejam em vão. Não desejamos que Santa Maria, ali adiante, fique apartada do tráfego aéreo novamente. O que queremos é mais horários, mais linhas e não retrocessos. Para que continuemos dispondo deste serviço essencial, é básico que a população abrace a causa do transporte aéreo. Demanda não falta na cidade e na região Central, um polo que reúne mais de 1 milhão de habitantes. Mas é preciso que incluamos este serviço na nossa rotina e no nosso planejamento de atividades. As empresas, os órgãos públicos, as universidades, as instituição militares e as nossas agências de turismo têm de se envolverem “de cabeça” neste processo. O momento é extremamente favorável para enraizarmos em Santa Maria a bandeira do avião: a economia nacional está aquecida, o governo do Estado reduziu a alíquota da querosene de aviação – o que fez reduzir substancialmente o valor das passagens – e somos um dos estados-sede da Copa do Mundo de 2014. Portanto, em vez do cavalo, é o avião agora que está passando encilhado no nosso horizonte. É dever nosso não deixar mais que Santa Maria seja afastada do mapa aéreo do Brasil. Abracemos o avião, porque a ligação aérea é sinônimo de atração de investimentos, de desenvolvimento e de mais pessoas vivendo melhor.
*Artigo do deputado Valdeci Oliveira publicado no Jornal A Razão em 24/10/2013