Reclamações generalizadas marcaram a audiência pública promovida pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa, nesta sexta (7), em Jaguari, que discutiu os serviços de telefonia celular e banda larga na região Central do Estado. Proposta pelo deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), a audiência reuniu a comunidade, prefeitos, vereadores e representantes da Anatel, do Procon-RS e das operadoras de telefonia celular. As principais queixas partiram dos moradores e autoridades do Vale do Jaguari. “Temos muita dificuldade em realizar a segurança pública da região porque não temos comunicação eficiente de telefonia celular”, disse o tenente da Brigada Militar Alcemar Rechia. A diretora do Instituto Federal Farroupilha de Jaguari, Tanira Fabres, reclamou que o IFET paga e não recebe serviço de internet de banda larga de qualidade. “O serviço é muito precário e estamos fazendo o pagamento da mensalidade através de caução na Justiça”, disse ela.
Os trabalhadores do campo da região sofrem ainda mais com o problema. “Não estamos nada satisfeitos. Hoje o telefone é indispensável para o agricultor e nós estamos completamente carentes no setor”, disse a agricultora Lérida Pavanelo, de Santiago. O vereador José Bianchini, de São Francisco de Assis, não poupou críticas. “É uma vergonha o sinal de todas operadoras fora da sede do município”.
O deputado Valdeci Oliveira (PT) lamentou que, entre as operadoras, apenas a empresa TIM enviou representante para audiência. “Isto é uma falta de consideração com a Assembleia Legislativa e com a comunidade”. O deputado disse que vai enviar o relatório da audiência com as mais de 20 queixas realizadas para a direção de cada operadora. Presente na atividade, o coordenador do Procon RS, Cristiano Aquino, disse que o órgão vem notificando e multando as empresas no estado pela precariedade do serviço, mas que a mobilização da sociedade deve continuar. “Temos muito o que fazer e sem essa indignação da sociedade não avançaremos. A propaganda das operadoras fala em acesso ilimitado e ágil e realidade da internet e da telefonia é completamente inversa ao marketing. Ninguém compra telefone para deixar em cima de uma prateleira”, afirmou.
O engenheiro da Anatel, Carlos Alberto Dalmolin, afirmou que a legislação que normatiza as obrigações da prestação do serviço de telefonia e banda larga ainda precisam ser aperfeiçodas para ampliar a exigência com as empresas. No entanto, ele lembrou que a Anatel determina que até 31 de dezembro de 2015, 100% dos municípios terão de ter serviços de voz e dados disponíveis nas áreas localizadas até 30 quilômetros da sede dos municípios. Dalmolin orientou as pessoas a protocolarem todos os problemas registrados pelo telefone 1331 ou pelo site da Anatel. “Mais de 90% dos casos informados de modo oficial junto à Anatel são solucionados”, afirmou.
Texto e foto: Tiago Machado