Debater o cronograma da duplicação da RSC-287 e buscar a mobilização das comunidades afetadas pelo pedagiamento da rodovia nos 208 quilômetros entre Santa Maria e Tabaí foram as propostas apresentadas, nesta terça-feira (28), pelo deputado Valdeci Oliveira na abertura dos trabalhos da Comissão de Assuntos Municipais (CAM) da Assembleia Legislativa em 2023. O requerimento da audiência pública foi aprovado por unanimidade pelos 11 titulares presentes no encontro do colegiado. Segundo Valdeci, é inaceitável que entre Novo Cabrais e Santa Maria, uma cidade estratégica e a maior do eixo da 287, receba as obras somente daqui a duas décadas, apesar de os usuários locais já estarem pagando tarifas no deslocamento pela rodovia.
“Nosso objetivo é continuar o debate que temos feito desde 2021, quando começaram as tratativas e estudos para a duplicação. Somos favoráveis às obras, sem dúvida, mas discordamos do prazo que elas nos serão entregues, que será daqui a 23 anos. Uma criança que nascer hoje terá idade para votar, vai aprender a dirigir, tirar CNH e continuará pagando pedágio por uma obra que sequer iniciou. Isso é inviável, inaceitável e equivocado”, avaliou Valdeci durante fala em que sustentou a justificativa para a aprovação do requerimento. “Lideranças políticas, empresariais e populares de Santa Maria e da Região Central estão reivindicando a antecipação desse prazo, tendo em vista que a cobrança de tarifas teve início em outubro do ano passado. É impossível que em pleno século 21, uma empresa do tamanho da Sacyr (concessionária) não tenha condições de ter duas frentes de trabalho, uma por Tabaí, como já previsto, e um canteiro de obras em Santa Maria”, frisou o parlamentar, avaliando ser fundamental que um projeto como esse atenda e respeite ambas as partes.
Para a audiência pública, cuja data será definida nos próximos dias, serão convidados a participar representantes das prefeituras e câmaras de vereadores dos municípios situados no trecho Santa Maria-Novo Cabrais, governo do estado, empresa Sacyr, TCE, Agergs, além de entidades empresariais e aquelas vinculadas aos agricultores da região. Também foi aprovado que a Comissão de Assuntos Municipais solicite ao governo estadual cópia do contrato da concessão, para que seja feita uma análise mais profunda e detalhada dos termos que o compõem. “Vamos organizar essa audiência para que ocorra uma ampla participação de todos os segmentos envolvidos, já que o tema diz respeito ao cotidiano de milhares de pessoas”, acrescentou o deputado.
A pedido dos demais integrantes da CAM, a audiência também deverá ocorrer de forma híbrida, para que se amplie a participação de representantes das comunidades do interior.