O deputado Valdeci Oliveira (PT) teve aprovado nesta quarta-feira (19), seu requerimento para a realização de audiência pública para debater os riscos e prejuízos da proliferação da dengue no estado. A proposta do parlamentar foi chancelada por oito votos favoráveis e nenhum contrário durante a reunião ordinária da Comissão de Saúde e de Meio Ambiente (CSMA) da Assembleia Legislativa. “A dengue está entre as graves preocupações que a sociedade vem enfrentando neste pós-pandemia. Além do represamento de consultas e tratamentos para inúmeras doenças, a proliferação dos casos desse tipo de infecção causada pelos mosquitos tem aumentado de forma exponencial, em todas as regiões do estado”, sustentou Valdeci. “Somente em Santa Maria, em menos de duas semanas, a quantidade de ocorrências praticamente dobrou. Conforme dados oficiais da prefeitura há 189 casos da doença confirmados e 317 sendo investigados. E sabendo que a subnotificação é algo recorrente, o cenário tende a ser ainda mais preocupante”, enumerou o deputado. Segundo ele, entre os motivos para o atual quadro está o fato de o município ter demorado para iniciar a pulverização das áreas afetadas. “E a resposta da prefeitura foi porque não havia insumos para fazê-lo, o que é preocupante. É preciso, sem sombra de dúvida, a efetivação de uma política de estado”, sustentou Valdeci.
Em 2016, o deputado teve sancionado, ou seja, transformado em lei, seu projeto prevendo a criação de comitês municipais de mobilização, fiscalização e prevenção à doença, no âmbito do RS, com a finalidade de constituir uma rede de mobilização social para prevenir a dengue no território gaúcho, de acordo com a legislação de saúde, epidemiológica e de vigilância. Como previsto pela legislação, o governo estadual deveria prover meios para a criação dos respectivos comitês, que seriam organizados de acordo com a necessidade de cada Região e teriam como finalidade a coordenação de ações regionais e estaduais, além de reunir esforços na erradicação do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti.
Atualmente, o Rio Grande do Sul tem nove óbitos registrados por conta da infecção e 64 pessoas internadas, sendo 3 em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Além disso, são 16,5 mil notificações e 6,8 mil confirmados. E 454 municípios já registraram infestação do mosquito transmissor.