Por VALDECI OLIVEIRA
A exemplo de outros países e do próprio Brasil, o pós-pandemia irá exigir muito da sociedade de Santa Maria. E provavelmente o termo “muito” talvez não seja capaz de nos dar a dimensão dessa necessidade. Entre as poucas certezas que temos, sem dúvida, algumas exigências estarão além das mesmas ideias e projetos colocados em prática no município há mais de uma década. Definitivamente, será preciso buscar na confiança das pessoas, no diálogo permanente, no fortalecimento da saúde, no aumento da capacidade de ação do poder público, no fomento da economia e na ampliação da participação do povo algumas dessas respostas.
Daqui para frente, não poderemos nos dar o luxo de errar ou de meramente reproduzir modelos que, recheados de promessas, se provaram socialmente excludentes e deixaram de lado as reais necessidades da população. Dentre os vários aprendizados que estamos tirando dessa tragédia sanitária, um deles volta agora à boca de muitos que, notadamente, sempre o combateram: a relevância do poder público como indutor do desenvolvimento e da inclusão. Não foram poucas as vozes que atacaram as políticas públicas, que apoiaram a redução dos repasses à saúde, que menosprezaram a importância dos servidores públicos e que pregaram a redução, ao mínimo possível, do trabalho dos entes e esferas estatais.
Com a pandemia, todos vimos que se não fossem as medidas desse “vilão” chamado Estado, todos estaríamos, muito provavelmente, relegados à própria sorte. Vimos que as ações governamentais asseguraram atendimento aos milhares de infectados pela Covid-19. Não fosse pela iniciativa do poder público, milhões sequer teriam R$ 600 mensais de ajuda nesse momento. Sem dúvida, Santa Maria precisa de renovação, de novas ideias para superar os desafios que se impõem e que só aumentaram de musculatura com uma pandemia que nos mostrou implacavelmente a fragilidade da vida e a necessidade de solidariedade.
E é por essas e importantes razões que vejo na pessoa do Luciano Zanini Guerra – agricultor, radialista e hoje o vereador que mais votos recebeu na última eleição em Santa Maria – o perfil ideal para comandar o que chamo de segunda batalha contra a Covid-19, a batalha da reconstrução e da adaptação a processos que, em condições normais, seriam estabelecidos só daqui a alguns anos. Acredito firmemente que sua humildade, simplicidade, história de vida e imensa capacidade de ouvir e dialogar serão diferenciais nesta hora em que deveremos estar ainda mais unidos em prol do bem coletivo e da renovação da esperança.
O mais jovem dos 13 filhos de Dona Tereza e do Seu Pedro aprendeu desde cedo nas lidas da roça que nada se constrói sozinho. Me identifico com o Luciano desde muito tempo quando ouvi dele que as decisões de um governante devem ser sempre muito bem ponderadas, pois irão refletir-se sobre a vida de muitos. Também me tocou sua incansável defesa dos mais vulneráveis, pois estes precisam de olhar mais atento – e mais humano – dos responsáveis pela aplicação dos recursos públicos.
Vejo no Luciano uma pessoa com grande capacidade de, nos detalhes, propor avanços que atendam ao interesse coletivo. Enxergo nele a capacidade e a habilidade de se reinventar, de quebrar paradigmas, de enxergar a “floresta” ao invés de uma única “árvore” e de aprender e continuar aprendendo com as experiências da vida – não desistindo mesmo quando essas se apresentam duras ou se mostrem carregadas de dor. Projeto o Luciano Guerra como um futuro gestor que ouve mais do que fala, que analisa, pondera, que respeita o interlocutor e que não se acanha de rever opiniões quando convencido do contrário. Vejo claramente nele um comprometimento vigoroso com a participação popular, a democracia e o estímulo aos micros e pequenos, pois esses são atores principais na luta pelo desenvolvimento econômico, pela geração de empregos e pela conquista da dignidade.
E no “novo normal” serão as boas ideias, a capacidade de diálogo, a construção coletiva de consensos, a soma de esforços, a busca por direitos e o respeito à vida e à ciência que farão toda a diferença. As soluções virão como resultado da empatia, do resgate e aprimoração do que deu certo no passado recente e foi deixado de lado pelo caminho. Elas virão da consciência de que não podemos abandonar o próximo, da certeza de que um prato de comida a uma criança fará a diferença em seu aprendizado, de que o investimento em saúde vale cada centavo aplicado e que estruturar políticas públicas aos agricultores familiares, à economia solidária, à juventude, aos idosos, às mulheres, aos LGBTs, às pessoas com deficiência é papel, sim, do Poder Público. As alternativas e soluções virão da garantia de que o trabalho e a renda das famílias trazem embutidos os elementos fundamentais da verdadeira cidadania e de que a valorização de quem atua na ponta e faz a máquina pública funcionar precisa ser uma constante.
Neste novo período que deveremos encarar, será preciso oferecer esperança. Será preciso alguém com propostas que cruzem as fronteiras das meras frases de efeito e das promessas fáceis, tão largamente utilizadas nos últimos períodos. Será preciso alguém que respeite e cumpra os compromissos firmados, que enxergue e aproveite a força de luta do nosso povo, que não desmereça o acúmulo construído em décadas de história e que trabalhe desde o primeiro e até o último dia do mandato.
Santa Maria pode, merece e precisa de muito mais que do lhe é oferecido hoje e há alguns anos. Se antes isso era uma constatação prática, num cenário pós-pandemia, a mudança de rumos, a humanização das relações e a oxigenação de ideias se mostram decisivas e urgentes. Que a caminhada do Luciano, ao lado do Marion Mortari – outro grande e humilde lutador do campo e da cidade – e de muitos homens e mulheres santa-marienses possa deflagrar uma virada para nossa cidade. Uma virada que possa resgatar a autoestima e ampliar a qualidade de vida de quem habita uma terra tão propícia para ser feliz.
Foto: Acervo Secretaria de Turismo de S.Maria