Por Valdeci Oliveira –
Em uma República digna de receber esse nome, em que a Democracia não se prende à equivocada avaliação da vontade da maioria sobre a minoria ‘derrotada’, não importa a cor partidária dos gestores locais, todos têm direito a uma fatia da riqueza produzida pela nação. Apesar do óbvio, essa era uma premissa que não estávamos mais acostumados.
Com a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022, o cenário de exclusão aos diferentes se tornou inexistente. E tenho visto isso na prática, com o RS e Santa Maria sendo governados, de forma legítima, por lideranças políticas oposicionistas ao ex-metalúrgico. Também são bons exemplos os diálogos construídos com unidades da federação como Minas Gerais e São Paulo, em que os governadores estão no espectro oposto ao do presidente e trabalharam com afinco por sua derrota nas urnas.
Nas minhas idas a Brasília em busca de recursos e soluções para questões ligadas à saúde, educação, mobilidade urbana e combate à fome, entre outras, tanto para o RS como para Santa Maria e região, não raro encontro parlamentares e chefes de administrações cujos partidos não fazem parte da base aliada do governo. E nenhum deles dá com o nariz na porta ou tem o debate interditado. Foi isso que testemunhei na minha mais recente incursão pelo Planalto Central, em 21/2, quando fui recebido pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços, Geraldo Alckmin.
Na audiência, acompanhada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o amigo e companheiro santa-mariense Paulo Pimenta, a pauta foi a nova política industrial do país, ampliação da matriz energética brasileira, o fortalecimento das universidades federais e, claro, a inserção de Santa Maria dentro desse novo cenário de desenvolvimento buscado pelo governo federal. São muitas as opções e oportunidades que vêm sendo abertas aos municípios pelo governo do presidente Lula, e entendo que Santa Maria não pode ficar de fora desse processo.
Na Esplanada dos Mistérios também levamos embaixo do braço o Movimento Rio Grande Contra a Fome para audiência com outro gaúcho, o ex-colega de parlamento Edegar Pretto, presidente da Conab, para somarmos esforços na mobilização nacional em apoio ao enfrentamento à insegurança alimentar. O périplo teve continuidade com a conversa com Helvécio Magalhães Jr., no Ministério da Saúde, onde foi possível apresentar uma série de demandas ligadas a hospitais de Santa Maria.
Já a construção do Museu Paleontológico da Região da Quarta Colônia ganhou um reforço importante com a audiência articulada pelo nosso mandato com o ministro Pimenta e prefeitos, vices e outras lideranças do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus), que tem tudo para ser uma grande ferramenta de fortalecimento do turismo regional.
Essa série de atividades reforçaram em mim a convicção de que o diálogo dos municípios e estados com o governo federal foi retomado com vigor. E como representante do povo, iremos cultivar muito essa relação, que significa mais políticas públicas, projetos e programas para beneficiar a população de Santa Maria e do RS como um todo.
Uma mostra disso é que, em fevereiro, somente no nosso município, mais de 22 mil pessoas tiveram acesso a medicamentos gratuitos, e o Bolsa Família alcança cerca de 15 mil núcleos familiares. Também foram destinados R$ 20,7 milhões para impulsionar a agricultura familiar no interior de Santa Maria, recursos que serão direcionados à modernização agrícola, capacitação técnica, infraestrutura rural e incentivo à produção sustentável, fortalecendo a economia local, gerando empregos e promovendo o desenvolvimento social em nossa região.
Para a mitigação da estiagem, Santa Maria teve à disposição mais de R$ RS 424 mil para o aluguel de caminhões-pipa e compra de kits de alimentação a mais de 260 mil pessoas. E para a moradia, foi aprovada a construção de 500 apartamentos numa área próxima à Avenida Osvaldo Cruz, no Bairro Km 3.
A retomada das obras da Travessia Urbana (que começou com a presidenta Dilma, em 2014), que está em fase de conclusão, é outro exemplo. E o anúncio de que mais de 15 milhões de brasileiras e brasileiros que ganham até 2 salários mínimos (R$ 2.824) não pagarão Imposto de Renda também atende a milhares de trabalhadores e trabalhadoras na nossa cidade, assim como beneficia diretamente a comunidade santa-mariense o fato de que 2023 encerrou com a menor taxa de desemprego (7,8%) desde 2014.
Da mesma forma, a cidade começou a receber, no ano passado, um investimento de R$ 2,24 milhões por meio da Lei Paulo Gustavo, o que fortalece iniciativas de cultura locais, e, na educação superior, foi recomposto R$ 32 milhões ao orçamento da UFSM.
Tenho muito claro que números, projetos e programas são importantes e sempre estarão no nosso radar. Mas nada é mais importante do que colocar em primeiro lugar as pessoas, as necessidades humanas e o foco no cidadão e na cidadã de Santa Maria e do Rio grande.