Há quatro dias, em dois de outubro, completou-se um ano do primeiro turno da última eleição geral de 2022, quando o povo gaúcho, de forma generosa e acolhedora, conferiu a mim o quarto mandato como deputado estadual. Naquele pleito, mais de 70 mil gaúchos e gaúchas novamente escolheram o meu nome para a nobre tarefa de representá-los no Parlamento estadual.
Essa confiança fez com que eu fosse o candidato mais votado da bancada do Partido dos Trabalhadores e o sétimo entre os 55 deputados e deputadas que hoje ocupam os assentos do Plenário 20 de Setembro da nossa Assembleia Legislativa. Apesar de ficar orgulhoso e emocionado, sei que tal resultado não se trata de benesse ou favor, mas reconhecimento de um trabalho coletivo envolvendo muitas mãos, corações e mentes e comprometido com o forte desejo de entregar ao povo aquilo que lhe é de direito.
Assim como o futebol, a política é uma caixinha de surpresas – boas ou más. O recado que vem das urnas, além de respeitado, deve servir de norte às nossas ações, lição que venho aprendendo desde 1988, quando a população de Santa Maria, pela primeira vez, me deu a chance de levar a luta social para as dependências da Câmara de Vereadores. O resto, sendo oposição ou situação, é política, é História da qual muito me orgulho.
Esse um ano da contagem dos votos – e dez meses do início de um novo mandato parlamentar – também é marcado por outra simbologia, esta muito cara a mim desde que iniciei minha trajetória política partidária: temos na presidência do país um sujeito chamado Luiz Inácio Lula da Silva, outro metalúrgico como eu, que acredita na democracia, no diálogo e vê na participação popular algo fundamental nos destinos e nas escolhas que devemos fazer ao exercer a vida em sociedade. Essa conjuntura é realmente nova, pois, nos mandatos anteriores de Lula, ocupei o cargo de prefeito de Santa Maria por oito anos, função executiva que difere em muito da atuação legislativa.
À frente do município, mantive profícuas e respeitosas relações Republicanas com Fernando Henrique Cardoso e Lula e seus respectivos ministros. Com Dilma na presidência, minha atuação política institucional se deu comigo já no Parlamento rio-grandense e foi por apenas seis produtivos anos, pois houve um golpe no caminho abreviando seu legítimo mandato. Justo ou não, coisas da política que, se formos medianamente inteligentes, tomamos como experiência, aprendizado e acúmulo de luta. E os últimos seis anos demonstraram – e continuam a nos mostrar – isso de forma muito clara.
E são essas considerações e experiências agrupadas que me dão a certeza de que, se por um lado devemos permanecer sempre vigilantes quanto às fragilidades da nossa ainda jovem democracia, o horizonte indica que novamente temos a chance de crescer, seja nas relações federativas, seja como sociedade que preza valores humanistas, inclusivos e solidários.
Nesses dez últimos meses, atuando a partir desta conjuntura promissora, temos trabalhado para trazer as necessárias respostas à população gaúcha. Fortalecemos o Movimento Rio Grande Contra a Fome, abrimos diálogo na Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), ampliamos nossa atuação na pauta das políticas públicas de transferência de renda. Com o novo entendimento do Ministério da Educação de ampliar a presença dos Institutos Federais no país, nos unimos a diferentes forças sociais para debater e buscar, para diferentes regiões do estado, a construção de unidades do Instituto Federal Farroupilha, o que será um forte incremento ao acesso e à formação de qualidade dos nossos jovens e a certeza de desenvolvimento regional sustentável. Importante registrar também que, diante de tragédias como a estiagem, que por anos seguidos vem assolando o RS, e as chuvas que castigaram e vem castigando nosso estado, o governo do presidente Lula tem enviado recursos e apoio necessários.
Com a vocação do novo governo federal de fortalecer o SUS na prática, nossa atuação na Comissão de Saúde e de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa ganhou perfil ainda mais propositivo às questões que dialogam com a saúde pública, conferindo certa musculatura à pressão e cobranças junto ao governo estadual que sempre fizemos.
Mas a seara política traz também disputas duras na ocupação dos espaços de debate, onde tenho contado neste quase um ano de nova legislatura com o apoio incondicional de outro filho da Boca do Monte, o ministro Paulo Pimenta, que não tem medido esforços na reconstrução das relações entre a União, estados e municípios.
E por este conjunto de observações, entre outras, é que minha convicção no futuro continua firme. Com Lula na presidência, a democracia, o diálogo e o respeito às pessoas e às instituições foram recuperados e revigorados, para não dizer ressuscitados. Quem ganha com isso é toda a sociedade. Nós seguiremos trabalhando firme para ajudar nesse processo, fazendo sempre a política com “P” maiúsculo.
Foto: Ricardo Stuckert