Artigo – Mais um grande desafio na nossa caminhada

São os desafios da vida que nos empurram para frente, fazem com que superemos até mesmo os nossos limites e nos mostram que estes muitas vezes são relativos. Na próxima segunda-feira, 31, será votada e empossada a nova Mesa Diretora do Parlamento gaúcho, cuja gestão é compartilhada, cabendo às quatro maiores bancadas partidárias, de forma rotativa, a indicação do seu presidente.

Neste 2022, último ano da 55ª Legislatura, caberá ao Partido dos Trabalhadores ocupar o nobre espaço, como ocorrido em 2019, com o PTB; 2020, com o PP; e, 2021 com o MDB; num verdadeiro exercício democrático iniciado há 13 anos.

E com muito orgulho recebi a indicação do meu partido para representá-lo e estar à frente de um novo desafio, que exigirá muita união, muita conversa e muita construção e trabalho. Esses fatores, de forma alguma, são exclusivos ao Rio Grande do Sul, pois, este ano, conforme a conjuntura vem se mostrando, os diferentes segmentos orgânicos – sejam públicos, privados ou de entidades civis organizadas – e que dão vida e sustentação às sociedades mundo a fora deverão – ou ao menos procurar tentar – caminhar juntos em busca das inúmeras retomadas que almejamos, precisamos.

O ano de 2022 vai exigir que todos abram mão de alguma coisa, que não olhem apenas para si próprio, que enxerguem não apenas os seus, mas também quem está ao lado, mesmo que este pense diferente e, principalmente, que precisa de apoio. Somente assim teremos alguma chance de superarmos as agruras que nos vêm sendo impostas e se acumulando desde o início da pandemia, que não acabou, que continua a mostrar suas garras, a nos puxar para um lado cujo terreno é movediço e repleto de insegurança.

Passados dois anos do início desse caos sanitário, não temos tempo para dúvida, não temos tempo para a indiferença, não temos tempo para “deixar para depois”. E acredito firmemente que o Parlamento estadual, que vem dando seguidas mostras desse compromisso, continuará aberto aos anseios, às necessidades da população gaúcha e às medidas necessárias para superarmos este momento.

Necessidades estas que vão do emprego à renda, do respeito e fortalecimento do serviço público ao financiamento e à garantia do acesso pleno à saúde, do crédito aos micro e pequenos empreendedores ao apoio à agricultura familiar e combate à estiagem, da infraestrutura de estradas e saneamento à cultura e à defesa incontestável da democracia.

São muitas as facetas que moldam aquilo que chamamos de sociedade. E o Parlamento gaúcho, com seus 55 deputados e deputadas, abrigados em 17 diferentes legendas partidárias, dão cara e voz a esses segmentos sociais legítimos, por vezes antagônicos, que possuem carências e objetivos distintos.

E o desafio de uma presidência legislativa, assim como o compromisso de quem a ocupa, é ouvir a todos, não interditar nenhum debate, ter como norte o cumprimento do seu regimento interno e os ditames da democracia, chamar a sociedade para a discussão daquilo que orienta ou interfere seu dia-a-dia, construir as pontes quando necessário e fortalecer o papel enquanto Casa plural.

São preceitos que não implicam em abandonar princípios ou renegar nossa própria formação enquanto sujeitos políticos, enquanto representantes eleitos pelo povo, enquanto homens e mulheres que acreditam – mesmo com suas particularidades e diferenças – na justiça, na busca por um mundo mais justo e igualitário.

E tendo meu nome referendado pelos votos de meus colegas, trabalharei diuturna e colaborativamente pela consolidação do diálogo permanente e republicano para além das posições ideológicas, assim como pela independência e transparência da nossa Assembleia Legislativa. E que a Casa do Povo, que muitos exemplos já nos deu em sua longa História, permaneça sempre como um verdadeiro anteparo ao preconceito, ao racismo, à indiferença, à exclusão e à violência, seja de que tipo for, de onde quer que venha e contra quem quer que seja.

E da mesma forma, que o nosso Legislativo estadual permaneça como espaço acolhedor das aspirações da população do Rio Grande do Sul e cada vez mais reconhecido como tal. Que, em 2022, o trabalhar por menos indiferença e mais igualdade se transforme não apenas na marca da gestão do Parlamento gaúcho, mas no sentimento sincero e concreto de toda a sociedade rio-grandense.

Artigo originalmente publicado no site www.claudemirpereira.com.br