O Feirão Colonial do Projeto Esperança/Cooesperança foi tomado por um misto de alegria e de tristeza no último sábado (19/8), em Santa Maria. Na manhã desse dia, o espaço simbólico da economia solidária santa-mariense foi palco da última agenda local da irmã Lourdes Dill – religiosa que atuou na cidade por mais de 30 anos – antes da partida dela para Moçambique, na África, para uma missão de dois anos pela Congregação das Filhas do Amor Divino. Ex-coordenadora do próprio Projeto Esperança e da Feira Internacional de Economia Solidária (Feicoop), irmã Lourdes foi abraçada e reverenciada por inúmeras lideranças locais e regionais que marcaram presença no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter para a despedida.
Bastante emocionado, o deputado estadual e ex-prefeito de Santa Maria, Valdeci Oliveira, recordou da trajetória que desempenhou ao lado da irmã e do esforço dela, para junto com dom Ivo, consolidar a cidade e a região como referências no segmento da economia solidária e do cooperativismo alternativo. “Eu quero agradecer a senhora. Não só eu. A cidade, o estado e o Brasil sabem do seu tamanho, do seu compromisso. Nós estamos com coração partido pela senhora nos deixar. Mas ao mesmo tempo estamos felizes. A África precisa da senhora. Vá com coração aberto e tranquilo, porque a sua caminhada é o símbolo daquela que o Evangelho prega, daquilo que a Bíblia prega. A senhora é uma profeta verdadeira, e esta profeta verdadeira vai para a África para ajudar um povo que vive muita dificuldade. O nosso coração vai estar com a senhora, e o seu coração estará conosco aqui. Que Deus a abençoe”, assinalou Valdeci.
A viagem da irmã para Moçambique deve acontecer no começo de outubro. Antes disso, ela irá se despedir da família e realizar seminários e atividades de preparação em Porto Alegre e Brasília. Além da irmã Lourdes, também irão realizar a missão ao país africano as irmãs Ilca Welter, Rita Finkler e Maria Madalena de Andrade, todas gaúchas.
PROJETO ESPERANÇA – No ato de sábado, o deputado Valdeci também registrou a passagem dos 36 anos do Esperança/Cooesperança e fez uma manifestação de apelo para que a iniciativa não seja precarizada ou reduzida. “Essa experiência é uma referência para o mundo inteiro. Santa Maria se tornou uma grande referência (internacional) a partir dessa experiência da economia solidária. Faço uma conclamação para que todos e todas que aqui estão não permitam, em nenhum momento, nenhum recuo naquilo que aqui foi construído, independentemente de quem esteja à frente dos governos e das coordenações”.