O parlamento gaúcho prestou decisiva contribuição ao Rio Grande do Sul ao aprovar, nos últimos anos, um conjunto de políticas proposto pelo governo Tarso Genro às categorias de servidores. Só na semana passada, a Assembleia Legislativa, por decisão unânime de todas as bancadas, permitiu que um soldado da Brigada Militar, que até pouco tempo recebia cerca de R$ 1 mil mensais, tenha um reajuste salarial de mais de 200% nos próximos anos.
Mas, ao contrário do que acenou um economista em artigo publicado em Zero Hora no último sábado, os deputados não aprovaram os reajustes por irresponsabilidade fiscal ou medo de vaias. Muito menos por mero atrelamento ao Executivo, tendo em vista que a oposição hoje tem maioria no Legislativo. Os parlamentares avalizaram os projetos do governo, porque percorrem as regiões gaúchas e têm exata compreensão de que os serviços públicos básicos funcionam com pessoal. Assim é na educação, na segurança e nas áreas técnicas de administração e planejamento. Os servidores se tornam um peso para a sociedade quando são mal remunerados ou estão insatisfeitos. Entre as categorias contempladas pelo Estado com reajustes ou incentivos no último período, estão o magistério, o quadro de técnicos-científicos, o quadro geral, os agentes da Polícia Civil, os servidores da saúde, entre outros setores de ponta para o cidadão. O plano de carreira para os servidores da Fundação de Ciência e Tecnologia qualificará, por exemplo, o suporte às cadeias produtivas gaúchas _ iniciativa relevante, tendo em vista que a Cientec prestou 82 mil serviços tecnológicos em 2013, 23% a mais do que no ano anterior, mesmo com déficit de pesquisadores.
Ao valorizar os servidores com iniciativas acordadas em uma mesa de negociação permanente, que é integrada pelos técnicos da Fazenda, o Estado avança, com autoridade e coragem, para resgatar o papel de indutor do desenvolvimento. Ao contrário de tempos pretéritos, hoje, o Rio Grande tem a região metropolitana com menor índice de desemprego do Brasil. Nos últimos três anos, o país cresceu 6,2% e o Estado, 9,7%. Ao mesmo tempo, em parceria com o governo federal, desenvolve obras em todas as regiões _ como os acessos municipais _, moderniza escolas, amplia vagas do sistema prisional, qualifica trabalhadores e dobra os investimentos em saúde e educação. De forma simultânea também, e com a contribuição do Legislativo, que é atuante e independente, o Rio Grande retira milhares de gaúchos da pobreza. Isso é realidade e não venda de ilusões.
*Deputado estadual (PT) e líder do governo na Assembleia Legislativa