O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT), promoveu, na manhã desta quarta-feira (16), o primeiro encontro de Centrais Sindicais e dos Trabalhadores com entidades empresariais para tratar da definição do próximo índice do piso salarial regional. Novo encontro ficou agendado para o dia 30 de março.
Na sala da Presidência, no final da manhã, o presidente Valdeci Oliveira deu início ao diálogo entre as centrais de trabalhadores e entidades empresariais para retomar os debates sobre a fixação do novo índice do piso regional, que em dezembro de 2021, depois de três anos sem reajuste, foi fixado em 5,53%. As centrais dos trabalhadores reivindicam reposição de 15,58% em 2022.
“A Assembleia Legislativa tem o papel de dialogar todos os temas da sociedade, e a ideia de reunião entre trabalhadores e empresários para discutir o piso regional tem a intenção de aproximar, cada um com seu ponto de vista, respeitando as opiniões”, destacou o presidente, que quer o Legislativo na mediação desse tema.
O vice-presidente da Fecomércio, André Roncatto, cumprimentou a iniciativa e disse que “uma mesa ampla é que vai construir o resultado que queremos”, confiante porque “o dialogo terá impacto relevante na economia do estado”. Disse que “o caminho é esse, não podemos tomar posição e ficar de cada lado, unidos construímos melhor”.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Amarildo Censi, também destacou a importância do diálogo, em especial diante da perda de 15,38% do piso regional uma vez que a cesta básica foi reajustada acima desse índice, independente da inflação que está em 1% ao mês. “Precisamos continuar conversando para equacionar essa perda”, afirmou o dirigente da CUT, que destacou o alcance do mínimo regional justamente nos setores de salários mais baixos, em torno de 1,5 milhão de trabalhadores. Censi também apontou para a necessidade do escalonamento da perda ao longo do ano e a discussão de política proativa para 2023 e 2024, “dentro de um plano para os reajustes futuros”.
O deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), que relatou, em 2021, o projeto de lei encaminhado pelo Executivo e presidiu subcomissão para definir política de longo prazo para o mínimo regional, também participou da reunião, ao lado do deputado Zé Nunes (PT).
Pelas entidades dos trabalhadores participaram o presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil, Guiomar Vidor, que elogiou a retomada do diálogo e destacou a abrangência do mínimo regional e alertou para o fato de que o RS amarga o menor índice, 5,8%, comparado com Santa Catarina, 22,3% e Paraná, 23,7%. Ele entregou a proposta de 15,58% de reajuste para o mínimo em 2022 e pediu que a votação seja ainda no primeiro semestre.
Também participaram o presidente da Fetar, Nelson Wild; da Força Sindical, Cláudio Correa; da Cnlutas, Tarciel, presidente do Sindicato dos Comerciários de Passo Fundo; da Intersindical, Lucia Rita Mendonça, diretora do Sindisaúde RS; da Pública, Central dos Servidores, Paulo Olympio; e a presidente do Conselho do Trabalho e Renda, Maria Helena Oliveira.
Das entidades empresariais, o vice-presidente da Federasul, Rafael Sittoni, observou fatores dos últimos três anos que impactaram o RS, como a pandemia e a quebra recorde da safra de grãos, além do fechamento de diversas empresas. Ele também observou que o mínimo regional, criado em 2001, não acumula déficit e subiu 64% acima da inflação. Pela Fiergs, participou Guilherme Scozziero.