Integrantes da direção do CPERS/Sindicato estiveram na tarde desta terça-feira, 8, em audiência com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT), para levar pessoalmente os cumprimentos pela posse ocorrida em 31 de janeiro. “Não poderíamos deixar de vir e reafirmar o nossa confiança no diálogo e na boa política”, declarou Helenir Schürer, dirigente da entidade de classe dos professores estaduais.
Durante o encontro, Helenir e demais integrantes do grupo manifestaram preocupação com o resultado prático do reajuste concedido pelo governo estadual à categoria, pois os 32% previstos no projeto aprovado pelos deputados e deputadas, em dezembro, não chegaram efetivamente aos contracheques dos educadores e educadoras. “Parcela significativa dos servidores da Educação não receberam nada, ficaram no 0%”, explicou a professora.
Segundo a líder sindical, ao contrário do anunciado pelo governo – e recebido como verdade pela população -, aposentados e funcionários de escola perderam a chamada “paridade” e não foram, pela primeira vez na longa história de luta por aumento salarial, contemplados com o reajuste. E a maioria que está na ativa e que recebeu algo foi contemplada com valores que ficaram entre R$ 70 e R$ 100, pois as vantagens conquistadas legal e legitimamente durante anos de trabalho acabaram absorvendo grande parte do índice. “A partir do próximo dia 21, nós realizaremos caravanas pelo estado para desmentir a informação do governo”, destacou.
Na opinião de Helenir, isso é fundamental para que tanto a população como a categoria tenham a plena noção do que de fato ocorreu. “Nem o governo do estado nem o federal realmente concederam de fato os reajustes anunciados aos professores e professoras. E isso precisa ficar claro para a sociedade”, frisou a dirigente.
Dieese
De acordo com estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e apresentado durante a audiência, das pouco mais de 189 mil matrículas de servidores da educação, perto de 35 mil não tiveram nenhum reajuste; mais de 46 mil receberam 5,5%; 33 mil trabalhadores ficaram entre 5% e 10%, 17 mil com até 15% e 19 mil até 20%. “Os 32% previstos no projeto foram concedidos para menos de 15% da categoria”, explicou Helenir. “A defesa do serviço público é um compromisso nosso. Vi de perto os contracheques de professoras e professores em audiência com o 29º Núcleo do CPERS, em Santiago, na semana passada, quando muita gente da categoria somente se deu conta dos valores após receber os proventos. E o Parlamento, por ser uma Casa política, de debate e representação da sociedade, está aberto para acolher essa discussão, que é fundamental para a sociedade”, afirmou Valdeci.
A comitiva também esteve formada pelo vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, pela secretária-geral Suzana Lauermann, pelas diretoras Alda Maria Souza e Juçara Borges e as assessoras Thayse Ribeiro e Maí Yandara.
(Fotos: Joaquim Moura)