Nota Oficial – Não esmorecer diante do conformismo
“Classifico como inaceitáveis as palavras do governador José Ivo Sartori a respeito do Hospital Regional, manifestadas na última sexta (11), em Santa Maria. Ao praticamente “jogar a toalha” quanto à possibilidade de abertura da estrutura nos próximos dois anos, o governador contradiz a si próprio e ao seu governo. Em outubro de 2016, na véspera do segundo turno das eleições municipais daquele ano, o secretário estadual da Saúde da gestão Sartori, João Gabbardo, e o ministro do Desenvolvimento Social do governo Temer, Osmar Terra, garantiram publica e oficialmente que o complexo de saúde abriria as portas no começo de 2017, a partir da gestão dos grupos Sírio-Libanês, Mãe de Deus e Moinhos de Vento. Dois meses depois, o próprio Sartori fez parte de uma comitiva de autoridades que veio a Santa Maria ratificar o anúncio pré-eleitoral. Não foram poucas as imagens registradas na imprensa a respeito desse ato.
Porém, infelizmente, diante das últimas notícias, tenho de concluir que a comunidade de Santa Maria e da Região Central, que somam mais de 600 mil pessoas, foi ludibriada. E ludibriada justamente em uma área extremamente sensível que é a saúde, o que é repugnante e digno de total repúdio.
A declaração do governador em Santa Maria é um atestado de falta de protagonismo e de excesso de conformismo diante de algo que deveria ser prioridade absoluta. Não se observou indignação da maior autoridade do Estado com a iminência do Regional virar um “elefante branco”. A frieza das palavras dele é assustadora ante a permanência de uma situação constrangedora. Até quando vamos aceitar que o Hospital Regional – que consumiu R$ 70 milhões dos cofres públicos – permaneça inoperante enquanto os corredores do Hospital Universitário (HUSM) convivem diariamente com a superlotação de pacientes?
Apesar da manifestação desmobilizadora do governador, cabe à comunidade, as lideranças e ao Comitê Pró-Abertura do Hospital Regional não esmorecerem. A pressão sobre os governos tem que continuar, o Ministério Público tem que se pronunciar e a sociedade não pode tolerar atitudes frouxas de quem deveria capitanear com vigor o movimento para assegurar mais de 200 novos leitos públicos à região. As pessoas que dependem do SUS não podem ser vítimas da irresponsabilidade pública. Essa omissão custa vidas”.
Valdeci Oliveira, deputado estadual e vice-presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa
Santa Maria, 13 de agosto de 2017