A ação do mosquito Aedes Aegypti no Rio Grande do Sul preocupa as autoridades e os técnicos de saúde da Fronteira Oeste, região que apresenta grande fluxo de pessoas. Em audiência pública realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa na Câmara de Vereadores de Santana do Livramento, nesta sexta (3), autoridades estaduais, locais e também da cidade de Rivera trocaram informações e aperfeiçoaram as estratégias conjuntas de prevenção e combate à dengue. Neste ano, a doença já atingiu quase 1,2 mil gaúchos e causou duas mortes no Estado.
O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), abriu a audiência e defendeu seriedade total no trabalho contra a enfermidade. “Se agora não realizarmos uma grande mobilização em todo o Estado, no ano que vem, teremos uma epidemia no Rio Grande do Sul”, alertou.
Para Valdeci, todos os municípios gaúchos devem criar comitês de combate permanente ao mosquito. “Não dá para brincar com a dengue. Toda sociedade, e não apenas os agentes de saúde, devem estar engajados nesta luta”, acrescentou.
O vereador Dagberto Reis (PT), que solicitou a realização da audiência à Comissão de Saúde da Assembleia, também defendeu a criação de uma rede estadual de combate à doença. “A saúde do Rio Grande do Sul passa por um momento muito crítico e, nesse cenário, a propagação da dengue preocupa ainda mais”, ressaltou.
PREVENÇÃO – A secretária municipal de Saúde, Natália , apresentou o trabalho realizado pelo município no setor. Ela saudou o fato do município não ter apresentado casos confirmados da doença, mas ressaltou que isso não altera o esforços das equipes da Vigilância em Saúde. “O fluxo de pessoas nas regiões de fronteira é muito alto. Por isso, realizamos um trabalho integrado com Rivera”, explicou.
A técnica sanitária Carmem Motta Simões detalhou as iniciativas desenvolvidas pela Vigiância Ambiental em Saúde do município. Conforme a médica-veterinária, 52 pontos estratégicos, entre borracharias, sucatas, cemitério, e outros, são vistoriados a cada dias e, a cada dois meses, é feito uma ação geral sobre os 38 mil imóveis da cidade. “Identificamos 123 focos, mas nenhum caso confirmado até o momento, neste ano”, explicou.
Também participaram da audiência vereadores de Livramento e da região, estudantes e representantes da Defensoria Pública, da Brigada Militar, do Sindisaúde, do Departamento de Saúde de Rivera, entre outras instituições. (texto e foto: Tiago Machado)