Mandato cobra política permanente para concursos e formação de PMs

O deputado Valdeci Oliveira cobrou a criação de uma política ousada para a segurança pública no estado, que inclua a realização de concurso e formação permanente de recursos humanos para integrarem os quadros da Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Susepe. A manifestação do parlamentar ocorreu na manhã desta terça-feira (18), durante audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais (CAM) da Assembleia Legislativa que debateu a recomposição do efetivo policial e sua distribuição junto aos municípios gaúchos. Valdeci alertou ainda que a composição dos efetivos dos órgãos de segurança tem diminuído ao longo dos últimos anos ao mesmo tempo em que a criminalidade se deslocou dos grandes centros urbanos para localidades e comunidades do interior. “Como a marginalidade tem se visto acuada nos grandes municípios, ela tem concentrado suas ações em pequenas cidades onde há carência de policiamento”, avaliou Valdeci, destacando que uma política de formação permanente de policiais aprovados em concursos evitaria grandes intervalos de tempo entre seleção e treinamento de pessoal. “Isso repercute na vida das comunidades e altera a dinâmica de segurança”, observou.

Valdeci destacou que hoje o efetivo da BM é de 15 mil servidores, uma redução de 11 mil profissionais em menos de uma década, ou 49,1%. O parlamentar alertou ainda que outros 1.587 servidores estão prontos para a aposentadoria. “A grande tarefa neste momento é sensibilizar o governo do estado, além de garantirmos o chamamento daqueles aprovados no último concurso”, enfatizou Valdeci, lembrando que mesmo assim a situação está longe da ideal. ” Mesmo se o executivo estadual chamar os 2 mil aprovados, o resultado ainda será pequeno, pois há mais de 1,5 mil servidores da ativa que estão indo para a aposentadoria. É praticamente como enxugar gelo. Por isso, a necessidade de uma política permanente de recursos humanos”, comparou.

Já a delegada Débora Dias, que por anos esteve à frente da delegacia da Mulher em Santa Maria e hoje atua em Porto Alegre, expôs as dificuldades de pessoal e a repercussão no interior, onde a fragilidade da segurança ameaça as comunidades. “A Polícia Civil tem atualmente o menor efetivo de sua história. Entendo ser urgente esse debate”, declarou.