Valdeci aponta riscos à saúde devido a volta às aulas e possibilidade de aumento de ICMS

“Não dá para acharmos que as coisas estão voltando à normalidade”. A afirmação foi feita pelo deputado Valdeci Oliveira (PT) na manhã desta quarta-feira (9/9), durante a reunião ordinária virtual da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (CSMA) da Assembleia Legislativa, ao analisar a medida do governo do Estado de liberar o retorno às aulas presenciais, mesmo com os números de casos confirmados e de mortes por Covid-19.

Para o parlamentar, está havendo no estado uma banalização em relação à doença e ao número de mortes. “Tem aumentado muito o número de doentes e de mortes. Na média, são mais de 40 pessoas morrendo no estado todos os dias e já chegamos a quase 4 mil mortes no estado, que é um número muito maior que todas as mortes registradas no Uruguai, por exemplo”, ponderou.

Os argumentos apresentados por Valdeci encontram respaldo, inclusive, na nota de alerta a respeito da liberação para reinício de atividades escolares presenciais no estado do Rio Grande do Sul, publicizada pela Sociedade Rio-Grandense de Infectologia. O documento, entre outros pontos, destaca que “atualmente no RS, conforme dados do próprio Departamento de Economia e Estatística/SEPLAG do estado, as taxas de transmissão de coronavirus, calculada pela ocorrência de casos novos por dia a cada 100.000 habitantes, são superiores à média nacional e de estados altamente populosos, como o Estado de São Paulo. Nenhum país até o momento promoveu a reabertura das escolas durante esta pandemia com taxas de transmissão tão elevadas quanto as observadas atualmente no estado”.

Além das mortes causadas pelo novo coronavírus, alertou o deputado, há ainda o agravamento de outras doenças, pois as pessoas deixaram de procurar médico por mede de contaminação durante a pandemia. Valdeci ainda previu um cenário futuro muito difícil caso for aprovada a Reforma Tributária Estadual, que impactará diretamente na qualidade de vida e na saúde dos gaúchos. “São duas áreas diretamente ligadas à saúde que serão afetadas pelo aumento do ICMS:a cesta básica de medicamentos, que já tem uma situação difícil e vai aumentar; e a cesta básica de alimentação, que também atende á população mais carente. Hoje o custo de vida já aumentou violentamente, imagina se a reforma tributária acontecer”, analisou.

Segundo o deputado, a reforma atingirá basicamente os trabalhadores e a classe média, pois a proposta do governo não ataca as grandes fortunas. “Precisamos debater muito sobre isso e espero que o movimento da sociedade e das grandes entidades continue forçando, fazendo que o apelo deles chegue até essa Casa e não se aprove esse pacote cruel contra os que mais precisam”, complementou.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)