A atriz, autora e ativista cultural Vera Lopes, cuja trajetória e contribuição ao teatro, cinema e às artes estão inscritas na história artística do Rio Grande do Sul e do Brasil, foi a grande vencedora do Troféu Sirmar Antunes, entregue neste domingo (13), durante a 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado (que vai até o dia 19/8). O Troféu integra o Prêmio Assembleia de Cinema – Mostra Gaúcha de Curtas, que chega neste ano a sua 20ª edição e tem por objetivo apoiar e incentivar a produção de cinema feita no estado e abriga concorrentes em 11 categorias.
Vera Lopes inaugurou a premiação, pois esta foi a primeira vez que o Troféu Sirmar Antunes foi concedido a alguém. Criado no ano passado, a partir da proposta apresentada pela presidência da Assembleia, na gestão do deputado Valdeci Oliveira, e pela Diretoria Cultural do Parlamento gaúcho à Mesa Diretora do Legislativo estadual, a premiação será concedida anualmente durante o Festival. O anúncio da criação do Troféu ocorreu na edição do ano passado e foi uma forma de homenagear e reconhecer o trabalho do ator Sirmar Antunes desenvolvido ao longo de quase meio século, entre peças de teatro, séries, novelas, especiais de TV, longas e curtas metragens. Sirmar faleceu em 2022, aos 66 anos. “O parlamento cumpre o seu papel em reconhecer e colocar o nome de alguém que, ao longo da sua trajetória profissional, não apenas fez cinema e arte, mas foi um lutador contra o preconceito e o racismo. E na atual conjuntura, essa homenagem se encaixa muito bem, pois temos de ser sempre contra a intolerância, o ódio, a exclusão. Que essa homenagem ao Sirmar sirva de exemplo aqueles que não compreenderam o novo momento que estamos vivendo”, afirmou Valdeci na ocasião.
Ao longo da sua carreira, Vera Lopes esteve presente em diversas produções do cinema gaúcho, como o curta-metragem “O Dia em que Dorival encarou a Guarda” de Jorge Furtado e José Pedro Goulart, e os longas-metragens “Neto Perde sua Alma” de Tabajara Ruas e Beto Souza e “O Caso do Homem Errado” de sua filha, a cineasta Camila de Moraes. Vera e Sirmar, além de amigos, fizeram, ao longo de décadas, diversos trabalhos juntos em diferentes palcos e telas, o que faz com que a distinção confira certa simbologia à carreira de ambos. A peça é uma criação do artista plástico catarinense, Marcos Porto.