Dirigentes sindicais propõem debate sobre indústria gaúcha, empregos e desenvolvimento econômico

Uma parceria entre diferentes entidades classistas dos trabalhadores e o Parlamento estadual para o estabelecimento de um amplo debate sobre o futuro da indústria gaúcha foi o principal tema debatido durante audiência realizada na tarde desta quarta-feira (6) entre o chefe do Legislativo estadual, deputado Valdeci Oliveira (PT), e dirigentes do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), da Federação dos Metalúrgicos do RS e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “É preciso que a sociedade gaúcha discuta com profundidade, transparência e serenidade sobre qual o futuro que ela quer para o nosso setor industrial, que tipo de emprego e salário deseja para sua população, que tipo de relação deve ser estabelecida entre os modos de produção, o meio ambiente e a responsabilidade social”, destacou Claudir Nespolo, diretor da CUT/RS.

Para Nespolo, nesse processo deve-se envolver ainda uma mudança de mentalidade isolacionista “que separa os diversos atores sociais, como empresários, trabalhadores, setor público e unidades de ensino e pesquisa”, avalia. Segundo o grupo, o Parlamento gaúcho pode e deve integrar os debates, pois como representação política heterogênea, a Casa legislativa tem condições de agregar as diversas opiniões e posições ideológicas e organizar discussões transparentes com um único objetivo, que é o de pensar e propor soluções para o desenvolvimento econômico do RS. 


Durante a reunião, algumas propostas de diretrizes para a revitalização da indústria gaúcha e para a geração de empregos foram apresentadas ao presidente da Assembleia, como a criação de sinergias, investimento em modelos de planejamentos participativos, criação de consórcios regionais e o fortalecimento do papel do Estado para que este cumpra com a sua função de garantir infraestrutura em rodovias, portos e energia e articulação do sistema financeiro gaúcho, além da coordenação de ações de investimento, atração de empreendimentos externos e criação das condições para uma concertação profícua em torno de metas comuns. “É preciso, e a realidade nos mostra isso, que a sociedade se envolva na formulação de programa de recuperação da nossa indústria e na geração de trabalho decente. O RS desfruta de uma extraordinária rede de instituições de ensino e pesquisa em diferentes polos regionais. E esse ativo deve ser potencializado para que venhamos a construir vantagens competitivas no campo da ciência e das tecnologias aplicadas”, acredita Milton Viário da Federação dos Metalúrgicos do RS.


“A presidência da Assembleia é parceira e tem o compromisso em construir coletivamente essa discussão. Aqui é uma Casa política e que pode contribuir com propostas que dialogam diretamente com essa necessidade trazida por vocês, que é urgente. Fomos provocados e temos a obrigação de pensar junto, estudar saídas, criar oportunidades, reunir quem está disposto a debater o tema”, assegurou Valdeci. Nos próximos dias serão formuladas propostas para formatação de um seminário, que deverá ter um caráter estadual ou até mesmo se estender em seminários regionais.


Também participaram da audiência Ricardo Franzói, pelo Dieese, e Lírio Segalla, da Federação dos Metalúrgicos.