Comunidade de São Pedro do Butiá cobra ações efetivas dos governos contra a estiagem

Na Câmara Municipal de São Pedro do Butiá, na região das Missões, reunido com lideranças políticas, produtores rurais, vereadores, secretários e secretárias municipais, além de representantes de localidades como Roca Sales, Cerro Largo e Salvador das Missões, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira, discutiu os efeitos da estiagem sobre a economia gaúcha e o reflexo social causado pela crise hídrica no estado. No município, 80% de retorno em ICMS vêm da agricultura produzida em pequenas propriedades.
Dominaram as falas dos presentes sobre a cobrança firme por ações dos governos federal e estadual, para quem até aqui o que foi feito é muito pouco perto do que realmente se necessita.

Em São Pedro do Butiá, mesmo com investimentos pesados feitos em maioria com recursos próprios (e alguma contrapartida feita pelos produtores) na perfuração de poços artesianos (cerca de 30), o que refletiu em menos consumo na rede pública e assegurou o abastecimento urbano, as comunidades do interior continuam sofrendo com os reflexos da crise e com a inação dos governos, principalmente da União. “Mas também tem muitas prefeituras que, apesar de possuírem dinheiro em caixa ou espaço para endividamento estão preferindo realizar obras que não estão interligadas com a necessidade de superarmos a estiagem”, apontaram os participantes do encontro. 

“É preciso a criação de linhas de crédito especiais, investir na instalação de cisternas para armazenagem de água, política permanente de poços artesianos e perdão ou prorrogação de dívidas, entre outras medidas. E temos articulado movimentos políticos neste sentido, mas o principal é estarmos unidos, somando esforços com os municípios e regiões para atravessamos essa fase, cobrarmos medidas efetivas do poder público como também nos prepararmos para o futuro, pois esse cenário será cada vez mais constante em nossa realidade”, avaliou o chefe do Parlamento estadual.

Valdeci também apresentou um relato das ações até aqui realizadas pela Assembleia gaúcha, como o envio de uma Missão Oficial a Brasília, em fevereiro, com representantes de praticamente todos os partidos com assentos no parlamento e diferentes entidades representativas da agropecuária gaúcha – da agricultura familiar ao agronegócio – e cujo objetivo foi mostrar ao governo federal a gravidade do problema. “Mas lá eles não acreditam que aqui também temos seca. Para eles a falta de chuvas somente existe no semiárido brasileiro. Essa ida da Missão mostrou aos gestores federais que o problema realmente existe e que estamos unidos em torno da busca de ações emergenciais como de políticas públicas permanentes”, explicou o presidente da ALRS. “A Comissão de Representação Externa que criamos para acompanhar as ações que estão sendo tomadas, realizar diagnósticos e propor medidas também já está trabalhando”, explicou o deputado.

Pautas como saúde pública e infraestrutura foram outros temas tratados durante o encontro. “Nossa vinda aqui é para colocar em prática o que defendemos desde que assumimos a presidência da nossa Assembleia, que é o de colocar o parlamento gaúcho mais próximo das pessoas, diminuir a distância entre ele e as regiões, ouvindo a população e discutindo alternativas viáveis e necessárias para superarmos os problemas. E o diálogo continua sendo a melhor receita para isso”, avaliou Valdeci.

Participaram da reunião, entre outros gestores, o prefeito José Henrique Heberle e o vice Valter Seibert.