Artigo – Santa Maria não solta a mão da Casa de Saúde

Por Valdeci Oliveira –

A confirmação de que o Hospital Casa de Saúde de Santa Maria receberá R$ 1 milhão em recursos novos para o custeio das suas atividades, vindos diretamente do orçamento do Ministério da Saúde, nos enche de orgulho, de satisfação e é o coroamento de um trabalho que vínhamos fazendo já tinha algum tempo, desde os primeiros meses do governo do presidente Lula.

Foram muitas reuniões, inúmeros telefonemas, diversas visitas a diferentes gestores federais, sempre com o apoio inconteste do amigo e companheiro de jornada, o também deputado (este federal) e atual ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta.

A reivindicação era antiga. Feita por nós e pelos companheiros e companheiras da bancada do PT na Câmara de Vereadores de Santa Maria – vereadoras Helen Cabral, Marina Callegaro e Valdir Oliveira, além dos suplentes Daniel Diniz e Professora Celita -, com o argumento de que era preciso atuar firmemente no fortalecimento e apoio a essa importante unidade de saúde pública.

Com os novos ventos soprando pelo Brasil a partir do Planalto Central, o que era desejo e necessidade se transformou em realidade. Esse recurso está sendo empenhado este ano, ou seja, na linguagem burocrática, ficará reservado pelo governo federal para efetuar o posterior pagamento. A disponibilização na conta da Instituição deverá ocorrer nos primeiros meses de 2024.

Com mais esse aporte, entre emendas parlamentares destinadas pelos nossos mandatos e recursos extraordinários buscados em outras fontes, a Instituição foi apoiada com um total de R$ 2,2 milhões nos últimos dois anos.

Não de hoje, a Casa de Saúde, que completou 90 anos em 2022 e atualmente passa por reformas para a melhoria e ampliação de sua estrutura, desempenha um papel vital não somente para a população de Santa Maria, mas também a quem precisa e reside nos municípios irmãos, oferecendo cuidados médicos e de enfermagem de qualidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e fortalecendo os laços com as comunidades que a procuram.

E por entender e reconhecer essa posição estratégica e a importância da instituição, é que os recursos se justificam em cada centavo. Fora toda a sua História, iniciada nos anos 1930 para atender aos trabalhadores da Viação Férrea e seus familiares com o que de mais moderno existia na época, a Casa de Saúde tem atuado firmemente na incessante retaguarda do SUS em nossa cidade, uma vez que o governo estadual ainda não criou as condições necessárias para que Hospital Regional, que continua com 50% da sua estrutura ociosa, chegue com a totalidade dos seus respectivos serviços lá na ponta, para a população.

Com o passar dos anos, e por problemas de natureza diferentes entre si, a Casa de Saúde foi aos poucos, de forma injusta e desmerecidamente, perdendo sua relevância ao longo do tempo, não sem antes, por conta da sua referência em maternidade, ter acolhido e trazido a vida milhares e milhares de pequenos santa-marienses.

A minha relação com a Casa de Saúde é antiga. Quando assumi meu primeiro mandato como prefeito de Santa Maria, no ano de 2001, um dos primeiros atos administrativos que encaminhei foi justamente o de reabertura do hospital, que se encontrava fechado, e posteriormente sua municipalização. Atualmente, a gestão da instituição, eficiente e comprometida com os interesses de quem precisa acessar serviços de saúde pública, é feita com responsabilidade e esmero pela Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas).

Seja pela relevância, por sua atuação numa área sensível e de constante pressão ou pelo que ela representa para a História do Coração do Rio Grande, fiz, faço e continuarei fazendo, com muito gosto e transparência, todos os movimentos necessários para que a Casa de Saúde tenha seu valor social sempre reconhecido, seu trabalho valorizado e continue a fazer parte do dia-a-dia de Santa Maria e das mais de trinta localidades do entorno e cujos moradores para lá se deslocam em busca de atendimento e tratamento médicos.

A Casa de Saúde tem uma trajetória que se confunde com a da cidade, se confunde com a nossa vida e com a História de cada um e cada uma que, se lá não nasceu, um dia passou pelos seus corredores em busca de vida.

A Casa de Saúde é minha, é tua, é nossa.