Artigo – A expansão dos IFs é uma vitória gigante do Brasil

Por Valdeci Oliveira –

Na última terça-feira, 12 de março, numa data que podemos considerar histórica, o país assistiu a concretização de um compromisso assumido ainda durante a campanha de 2022 pelo presidente Lula: de que a educação dos brasileiros e brasileiras, principalmente da parcela mais jovem, estaria entre as principais bandeiras de seu terceiro mandato como chefe máximo da nação.

A seu convite, participei da solenidade que marcou a retomada da expansão dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) no Brasil. Nesta primeira etapa, foi confirmada a abertura de 100 novos IFs no país, sendo cinco deles no RS: Caçapava do Sul, São Luiz Gonzaga, São Leopoldo, Porto Alegre e Gramado. Os campi previstos para Santa Maria e outras localidades gaúchas deverão ser confirmados na segunda fase da ampliação.

Por acreditar firmemente no poder transformador e inclusivo da educação, nosso mandato foi o que mais propôs e coordenou, a partir da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, audiências públicas em regiões gaúchas para discutir com as comunidades a possibilidade destas receberem Institutos Federais.

Após o anúncio, em 2022, da disposição do Ministério da Educação em ampliar a rede de ensino federal profissionalizante, levamos o tema para Caçapava do Sul, Santa Maria, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul, São Luiz Gonzaga, Santiago e, em conjunto com colegas de parlamento, também em Ijuí. Tal é a importância dos institutos para o desenvolvimento regional, que muitos gestores vêm atuando junto ao MEC e se prontificando a firmar parcerias para terem uma unidade em suas cidades, pois todos concordam que estas trazem resultados efetivos para a vida dos estudantes brasileiros.

Os encontros mobilizaram centenas de pessoas, entre agentes políticos e sociais, entidades sindicais e empresariais, comunidades acadêmica e estudantil e entidades da sociedade civil. Quando efetivadas as novas unidades, serão criadas 140 mil vagas, a maioria em cursos técnicos integrados ao ensino médio.

Como essa é a primeira etapa e existem possibilidades de ajustes para a inclusão de alguns pleitos não contemplados nesse momento, é importante que as comunidades se mantenham unidas e mobilizadas e com caráter de envolvimento junto às suas regiões.

Dos R$ 3,9 bilhões a serem investidos em obras por meio do PAC, R$ 2,5 bi serão para a criação desses campi e R$ 1,4 bi para a consolidação dos já existentes, como a construção de refeitórios estudantis, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.

A reativação dessa importante política pública voltada ao ensino e formação marca a retomada de investimentos nesse segmento educacional, quase 10 anos após a última expansão estruturada da Rede Federal. Também celebra uma das ações mais bem-sucedidas no âmbito do ensino profissionalizante, que permitiu a inclusão dos jovens das localidades mais distantes dos grandes centros e da capital dos estados, além de tornar a rede uma das mais capilarizadas na oferta de cursos técnicos, superiores e de pós-graduação. Aqui no RS, são três os ‘braços’ de atuação: Instituto Federal do RS, o Instituto Federal Farroupilha e o Instituto Federal Sul-rio-grandense, cujas regiões de campi materializam sua presença em 40 cidades.

Uso aqui alguns números para demonstrar o quão assertiva foi a frase dita por Lula, na última terça, de que “deveria ser proibido ver o investimento em educação como gasto e que gasto é construir cadeia”: até 2002, o Brasil tinha 140 escolas técnicas. Entre 2005 e 2016, foram colocados em pé 422 campi, sendo 214 entre 2005 e 2010, além de 208 entre 2011 e 2016.

Durante as três administrações petistas, também foram incorporadas outras 92 unidades à rede, que hoje contabiliza 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Ou seja, foi justamente durante os governos Lula e Dilma que foi levado a cabo a maior expansão da história da rede federal de ensino.

Após a cerimônia do anúncio deste, repito, anúncio histórico, tive a oportunidade de conversar pessoalmente com o presidente Lula sobre Santa Maria e outras cidades gaúchas – merecedoras de fazerem parte do processo – serem contempladas com um campus do Instituto Federal Farroupilha. E saí do Planalto com esta certeza.

Por isso, seguiremos trabalhando forte – com mobilização e articulação – e contando com o apoio direto do ministro Pimenta e das lideranças da nossa região.

Saímos ainda mais entusiasmados do Palácio do Planalto quando escutamos, da boca do presidente Lula, de que ele carrega consigo o sonho de marcar “mil gols” na educação, em referência ao seu desejo de atingir a marca de 1 mil IFs em operação no Brasil.

Pois esse sonho também é nosso, presidente. Esse sonho é do Rio Grande e é do Brasil todo.  Seja “cabeceando na área” ou atuando até como “goleiro”, eu farei a minha parte para consolidar este que já é considerado um marco na inclusão e interiorização da educação profissional e tecnológica pública, gratuita e de qualidade no Brasil.