A unidade para derrotar Bolsonaro

A necessidade de construção de uma frente democrática para o enfrentamento ao governo Bolsonaro e iniciativas para a recuperação dos empregos no país deram a tônica política nesta segunda-feira, 26, em Porto Alegre.

Reunidos em ato público realizado no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa, organizado pelo Jornal Brasil de Fato e pela Rede Soberania, representantes de diversos movimentos sociais, partidos políticos, estudantes, ambientalistas e entidades da sociedade civil que militam na causa da democracia defenderam a urgente união desses segmentos para barrar o avanço daquilo que tem se mostrado, concretamente, – seja em atitudes, discursos e projetos de lei presidenciais – em ações antidemocráticas, intolerantes e de destruição da soberania brasileira. “A cada dia que passa a realidade nos mostra que devemos nos unir em torno de um projeto que prime pela defesa do nosso povo, pela reconstrução dos direitos sociais, das nossas conquistas civilizatórias. Jair Bolsonaro já demonstrou que não está à altura do cargo que ocupa, pois agride não somente aqueles que não concordam com ele aqui no Brasil como também com lideranças de países amigos, além de homenagear torturadores e defender os interesses escusos da sua própria família”, avalia Valdeci.

Para o parlamentar, existe muito mais convergência na leitura da conjuntura feita por partidos e instituições progressistas do que pontos que as separam. “É necessário que todos tenhamos a humildade de reconhecer que estando isolados ou separados quem ganha é o governo e suas políticas fascistas de exclusão, que beneficiam somente quem está no topo da sociedade. O que temos assistido cotidianamente é a destruição de garantias constitucionais, de direitos civis. Não há um único projeto, uma única proposta de desenvolvimento econômico e geração de empregos nesses oito meses desde que Bolsonaro tomou posse”, analisa o deputado.

Intitulado “A Frente Política para derrotar o Bolsonarismo começa nas cidades”, a atividade no Dante Barone contou com a participação de nomes como o ex-prefeito Raul Pont , a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o ex-governador Tarso Genro, a dirigente sindical e militante do PSOL, Neiva Lazarotto, a ex-deputada Manuela D’Avila (PCdoB) e o dirigente partidário Paulo Silva (PCO), entre outros.

Antes do ato, Gleisi apresentou em coletiva de imprensa o Plano Emergencial de Emprego e Renda proposto pelo PT e elaborado em parceria com a Fundação Perseu Abramo.  Segundo a avaliação da dirigente petista, as nove diretrizes propostas têm capacidade para gerar sete milhões de vagas de trabalho a curto e médio prazos. “Para que tudo isso saia da teoria e vá para a prática pode ser utilizado recursos já existentes no próprio Orçamento da União e propomos a utilização de parte da cessão onerosa do pré-sal. É fazer o dinheiro rodar na mão do povo, aumentar o consumo, expandir a produção, fazer a economia girar de novo. Nunca acreditamos no ‘quanto pior melhor’. Fazemos oposição em defesa do povo brasileiro” ressaltou Gleisi.

Plano Emergencial de Emprego e Renda inclui:

  1. Programa Empregos Já com três milhões de brasileiros sendo contratados para trabalhos temporários de zeladoria e recuperação urbana com serviços como limpeza, poda de árvores, manutenção de ruas e calçadas;
  2. Retomar as Obras Paradas no Brasil, pois existem hoje ao menos 7.400 paradas. Retomar estas obras evitaria o aumento de custos, gerando empregos a curto prazo e a infraestrutura que o país precisa para voltar a crescer;
  3. Reativar o Minha Casa Minha Vida. Hoje, o governo reduziu o projeto em 75%. Com o plano, vamos voltar a construir a média de 500 mil unidades/ano, gerando milhares de empregos e moradia para quem mais precisa;
  4. Aumento Real do Salário Mínimo. Voltar a aumentar o salário mínimo anualmente, acima da inflação, para beneficiar diretamente mais de 48 milhões de brasileiros. É o dinheiro na mão do povo que faz a economia girar;
  5. Expandir o Bolsa Família. A extrema pobreza aumentou com a crise. O cenário exige uma resposta: ampliar o número de famílias atendidas para reduzir a pobreza e pôr dinheiro na mão do povo brasileiro;
  6. Renegociação de Dívidas. Com ajuda de um banco público, você vai poder renegociar suas dívidas a juros baixos, limpar seu nome na praça e voltar a investir em você e na sua família;
  7. Nosso Petróleo Vai Estimular a Indústria Brasileira. Se o petróleo do pré-sal for usado em favor do seu verdadeiro dono – o povo brasileiro – o preço dos combustíveis pode ser mais barato e estável. Sua exploração, refino e comercialização vão estimular a indústria brasileira, gerando mais empregos e renda;
  8. Destravar o BNDES. O Banco vai voltar a investir na indústria local, aumentando a produção, gerando ainda mais empregos e fazendo a economia girar de novo;
  9. Corrigir a Tabela do IR. A tabela do imposto de renda vai voltar a ser corrigida pela inflação – o que não acontece desde 2015 – beneficiando milhões de famílias, que vão reverter esse ganho em consumo e movimentar a nossa economia.

Texto: Marcelo Antunes e Eliane Silveira – Fotos: Joaquim Moura