ARTIGO | A década da inclusão e dos empregos

Sempre defendi ao longo da minha militância política que um país só se desenvolve concretamente quando as melhorias socioeconômicas se estendem a todas as classes. Quando o crescimento se dá restritamente ao topo da pirâmide social, se pratica o aprofundamento das mazelas e as consequências são mais pobreza, mais fome, mais doenças e mais insegurança na vida das pessoas. Por ter essa convicção política, é que acho necessário saudar a consolidação no Brasil de um ciclo de desenvolvimento que recolocou as políticas sociais no mesmo grau de importância das políticas econômicas na disputada balança das decisões governamentais prioritárias. O início do ano de 2014 registra uma sequência inédita de 11 anos de enfraquecimento drástico da desigualdade social brasileira casado com uma fortalecimento econômico capaz de deter duas crises financeiras internacionais que abalaram diversos países da Europa e, até mesmo, prejudicaram a potência Estados Unidos.

Faz, portanto, mais de uma década que o Brasil melhora a vida do conjunto da população e não apenas a de alguns segmentos. E o faz de forma intensa e decidida: como descreveu o senador Humberto Costa (PT), em recente pronunciamento no Congresso Nacional, a renda do brasileiro cresceu 78% no período, 21 milhões de empregos foram gerados – o que oportuniza uma situação de pleno emprego no País – e 42 milhões de pessoas escaparam da zona da pobreza e passaram a condição de classe média. O PIB verde-amarelo cresceu 4,4 vezes, o comércio externo passou de US$ 180 bilhões para US$ 480 bilhões e o Brasil se tornou o quinto destino de investimentos estrangeiros no mundo. Nesses 11 anos, as reservas cambiais foram ampliadas em 10 vezes, 15 milhões de pessoas passaram a ter acesso à energia e a construção de três milhões de moradias foi contratada. A indústria naval brasileira, completamente abandonada no passado, emprega 78 mil pessoas e é a terceira maior de todos os continentes. Isso atingido, registre-se, sem o desmonte do patrimônio público.

Ao mesmo tempo, a educação recebe recursos e políticas públicas em escala elevada e que só vão se agigantar com o montante financeiro que vem da exploração do petróleo na camada do Pré-sal. Isso ajuda a população a projetar um futuro ainda mais alvissareiro. Creches, universidades e escolas técnicas brotam nas mais diversas regiões e rincões. O filho da empregada, atualmente, tem oportunidades educacionais similares ao filho da patroa e conta com médicos, enfermeiros e técnicos atendendo de prontidão no posto de saúde do seu bairro.

Essa caminhada, é bom que se diga, não teve como atores exclusivos os presidentes Lula e Dilma e suas equipes. Governos que vieram antes tiveram seus méritos e colaboraram para essa evolução. O processo de estabilidade econômica – lançado pelo presidente Itamar Franco e continuado por Fernando Henrique Cardoso – foi importante, tanto que foi seguido e aperfeiçoado para se superar o Risco-Brasil de 2,4 mil pontos, a inflação de 12,7% e a dependência ao Fundo Monetário Internacional (FMI), marcas econômicas da época. Portanto, o Brasil de hoje, além de oferecer estabilidade em seu território continental, promove, ao mesmo tempo, crescimento, inclusão e pleno emprego para o seu povo. Que esse ciclo seja perene e que os avanços sejam aprofundados para todos, independentemente de quem estiver com a faixa presidencial no peito.

De Olho no Brasil

*Artigo do deputado Valdeci Oliveira publicado no Jornal A Razão em 27/02/2014