ARTIGO | Cerco aos agressores de mulher

Violência doméstica (imagem internet)

A covardia figura entre os piores defeitos que podem ser manifestados pelo ser humano. Assim como é deplorável, é difícil de ser combatida, pois quem a pratica age longe dos “olhos” da sociedade. Em geral, o agressor tem como vítima preferencial a própria mulher, que, por vezes, por vergonha ou dependência, enxerga na resignação o caminho mais simples. Apanhar em silêncio é, lamentavelmente, uma realidade cotidiana para muitas mulheres brasileiras.

Felizmente, o tempo passou, avanços sociais, econômicos e culturais aconteceram no país, e, no rastro do maior protagonismo feminino, a sociedade abandonou a passividade. Os braços com hematomas foram descruzados, as vítimas ganharam voz, e o poder público resolveu “meter a colher” na questão da violência doméstica.

Hoje, o Rio Grande do Sul pode se orgulhar de ocupar posição destacada no país nesse processo. Após três anos de trabalho conjunto e transversal entre as secretarias de governo, as ONGs, os municípios e a própria sociedade, o Estado detém uma rede de proteção à mulher, que está em permanente qualificação.

Essa rede conta, entre outras ferramentas, com a Patrulha Maria da Penha, a Sala Lilás, o Observatório de Violência, o Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e as Delegacias Especializadas para a Mulher. Apoiam esse processo as atividades de capacitação dos servidores da Brigada Militar, da Polícia Civil e da Susepe.

Na prática, esse conjunto de iniciativas começa a reverter a curva ascendente da violência contra as mulheres no Estado: conforme os dados oficiais da Secretaria da Segurança Pública, de 2012 para 2013, houve queda aproximada de 10% no número de assassinatos e estupros. Registrou-se também redução de lesões corporais e ameaças.

Para que a violência continue em queda, o governador Tarso Genro sancionou, recentemente, a lei que prevê o monitoramento eletrônico dos agressores. Ou seja, o Estado mostra que não dará sossego a quem levanta a mão para a companheira. Essa luta precisa de apoio. Se você é ou conhece uma mulher agredida, não cale. Denuncie. A vida é muito melhor longe da covardia.

*Artigo do deputado Valdeci Oliveira publicado no Jornal Diário de Santa Maria em 05/02/2014