ARTIGO | Um novo Camobi, uma nova Corsan

O dia 29 de julho de 2013, a última segunda-feira, simbolizou o começo de um novo e de melhor tempo para a Região Leste de Santa Maria e, em especial, para o maior bairro local, o Camobi. Simbolizou também, na prática, na vida real, aos olhos do cidadão santa-mariense, o renascimento moral de uma instituição pública cujo trabalho é vital para a sanidade do povo do Rio Grande do Sul: a Corsan.

No momento que um grupo de operários, naquela manhã fria e tomada pela neblina, “abriu“ a rua José Denardin, nas proximidades da Escola Margarida Lopes, e instalou os primeiros canos da sonhada e disputada obra do esgoto de Camobi, a Corsan virou uma página extremamente negativa na sua relação com Santa Maria. Sucateada nos tempos do “déficit zero”, a Companhia Riograndense de Saneamento chegou a abrir mão de uma superintendência regional em Santa Maria, cidade que é a sua maior cliente e da onde se origina a sua maior receita.  O cidadão local para solicitar serviços ou fazer reclamações tinha de fazer uma ligação para Porto Alegre e dependia da boa vontade de quem estava do outro lado da linha, a 300 quilômetros do problema, para ter seu pleito atendido.

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Pois hoje, sob uma visão de que as estruturas públicas estaduais devem ser fortalecidas para prestarem serviços de qualidade, a Corsan – mesmo com grandes desafios e dificuldades – trouxe de volta a Superintendência Regional para o coração do Rio Grande, qualificou o atendimento ao cidadão e, principalmente, retomou os investimentos na área do saneamento e do abastecimento que tinham parado no tempo. O iniciar da obra do esgoto de Camobi, uma ação de 36 milhões de reais que prevê instalação de 73 quilômetros de redes e ainda a construção de uma nova Estação de Tratamento de Esgoto no bairro, apenas consolida um vigoroso trabalho que a Corsan implementa em todo o Estado desde 2011. Aqui em Santa Maria, já está confirmada a aplicação total de R$ 200 milhões, iniciativa que vai permitir a universalização do tratamento de esgoto local, ou seja, a cidade será referência nacional em saneamento.

Os avanços e esta nova postura ofensiva, no entanto, não surgem a esmo. Tem grande papel neste processo os servidores da Corsan que jamais aceitaram de braços cruzados a fragilização da instituição e a precarização dos seus serviços. De forma permanente, eles lutaram e foram parceiros de primeira hora na reestruturação da companhia juntamente com seu sindicato, o Sindiágua. Da mesma forma, o governador Tarso Genro retirou a Corsan do “estaleiro” estatal e imbuiu o órgão da missão de ser um catalisador de transformações sociais, ambientais e humanas.  O resultado desta comunhão de esforços é que a Corsan investirá R$ 4 bilhões nos municípios gaúchos até 2014. A prioridade destes recursos é ampliar drasticamente o acesso ao saneamento básico e, assim, afastar cada vez mais os gaúchos e os santa-marienses do esgoto a céu aberto, do contágio de doenças, do mau-cheiro insuportável nos dias quentes e do contato com insetos e roedores. Conviver com o esgoto na porta de casa sem tratamento é uma situação que o Brasil, o Rio Grande e Santa Maria não podem aceitar mais. A comunidade de Camobi não aceitou, lutou e conseguiu, junto com o governo do Estado e a Corsan, dar início a recuperação da qualidade de vida, do meio-ambiente e, em suma, da dignidade do bairro.